Rio espera temporada bilionária
Apesar de questões sanitárias, crise política e problemas de infraestrutura, turismo projeta incremento de R$ 2,68 bilhões com Olimpíada
Apesar de questões sanitárias, crise política e problemas de infraestrutura, turismo projeta incremento de R$ 2,68 bilhões com Olimpíada
Amanda Turchiari Boucault
28 de julho de 2016 - 9h10
Nas arenas esportivas as metas do Brasil nos Jogos Olímpicos Rio 2016 são agressivas: ingressar no ranking dos dez primeiros colocados. Fora delas a expectativa em relação ao desenvolvimento da indústria do turismo tem a mesma proporção. A dez dias da cerimônia de abertura no Maracanã, no entanto, os resultados ainda não estão garantidos. Em meio a questões como cronograma de obras, problemas de infraestrutura, crise econômica e política e até mesmo sanitária, com os casos de chikungunya, dengue e zika, o turismo não teve destaque na pauta nacional.
Ainda assim, a expectativa é de que o País se beneficie do momento de exposição global. Durante os Jogos Olímpicos são esperados 909,4 mil turistas no estado do Rio de Janeiro (666,3 mil brasileiros e 243,1 mil estrangeiros), gerando R$ 1,77 bilhão em receitas, segundo estudo feito pela Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Na Paralimpíada a projeção é receber 468,5 mil turistas e ter um faturamento de R$ 912,4 milhões. O resultado combinado de R$ 2,68 bilhões entre agosto e setembro é 18,8% maior em relação ao mesmo período do ano passado.
Os turistas estrangeiros devem deixar no País US$ 1,04 bilhão, o que corresponde a uma média de US$ 929 por visitante (R$ 3.089 considerando o câmbio a R$ 3,33), também segundo os dados da CNC. Em 2014, ano em que recebeu a Copa do Mundo, o Brasil recebeu 6,4 milhões de turistas estrangeiros que gastaram US$ 6,8 bilhões, de acordo com o Ministério do Turismo (MTur), valor que sofreu queda em 2015. No ano do 7 a 1, o Rio de Janeiro foi a cidade que registrou o maior aumento no fluxo de visitantes internacionais, segundo o ranking das cem cidades mais visitadas no mundo, realizado anualmente pela Euromonitor International. A pesquisa avalia o segmento de viagens em 54 países.
Há quatro anos, quando Londres recebeu o megaevento esportivo, a cidade registrou queda no número de visitantes. Os turistas olímpicos não compensaram o total de viajantes tradicionais que evitaram passar pelo local durante a competição. No Rio a expectativa é de que isso não se repita. “Embora o cenário político turbulento tenha deixado o turista estrangeiro receoso, a desvalorização do real tem contribuído para tornar o País uma opção turística mais competitiva”, avalia Marília Borges, analista de pesquisa da Euromonitor International.
O Brasil avançou 23 posições no ranking do estudo de Competitividade Mundial do Turismo, divulgado em 2015 no Fórum Econômico Mundial. O País, que apareceu no 51o lugar na edição anterior do levantamento, em 2013, se tornou a 28a economia do turismo mais competitiva na lista formada por 141 países. Quando considerada apenas a contribuição direta, a participação do turismo na economia brasileira é de R$ 182 bilhões, cerca de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC). O PIB do turismo brasileiro é maior do que o PIB total de mais de cem países, como Uruguai, Costa Rica e Panamá.
A íntegra desta reportagem está publicada na edição 1720, de 25 de julho, exclusivamente para assinantes do Meio & Mensagem, disponível nas versões impressa e para tablets iOS e Android.
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