São Paulo Futebol Clube cria hub de inovação
Inova.São, projeto com a Deboo e a Sportheca, pretende levantar R$ 6 milhões em investimentos em três anos, tendo com foco desempenho esportivo e novas fontes de receita
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Roseani Rocha
28 de junho de 2022 - 10h00
Nesta terça-feira, 28, o São Paulo Futebol Clube anuncia oficialmente a criação do Inova.São, um centro de inovação aberta, que funcionará no estádio do clube, no Morumbi – um workshop estratégico, dia 13 de junho, já havia reunido no gramado apoiadores, ex e atuais atletas, além de potenciais investidores. Dando seus primeiros passos já com as parcerias estratégicas da Deboo (especializada em Web3) e Sportheca (fábrica de startups para o mercado esportivo), o hub estima captar R$ 6 milhões de investimentos para o SPFC em três anos.
O foco do Inova.São é trazer soluções no mercado esportivo que auxiliem o clube a aumentar tanto sua competitividade esportiva quanto suas fontes de receita. Tudo começou com a criação, em julho do ano passado, de uma Diretoria de Inovação. Wladimir Castro, executivo do departamento e mestre em Criação e Gestão de Empresas Inovadoras pela Universidade de Valência, pontua que a diferença para projetos de inovação de outros clubes de futebol é que ao invés de otimizar produtos existentes ou replicar soluções, os projetos do Inova.São deverão ser realmente inéditos.
O espaço, de 300 m², estará localizado na área do Morumbi Concept Hall, no anel inferior do estádio, e vai funcionar como um coworking, reunindo startups e desenvolvedores. A Escola de Educação Física da Universidade de São Paulo (USP) é a primeira instituição de ensino a fazer parte do ecossistema ao firmar um convênio de colaboração com o hub. O mesmo fez a organização social de cultura IDBrasil, responsável pela gestão do Museu do Futebol, que compartilhará conhecimento sobre preservação de coleções, mediação de conteúdos e difusão do futebol em ações culturais e educativas.
O clube cita iniciativas a excelência do Centro de Treinamento da Barra Funda, do Centro de Formação de Atletas Laudo Natel, em Cotia, na Grande São Paulo, e do Núcleo de Reabilitação Esportiva Fisioterápica e Fisiológica, assim como a criação de um dos primeiros programas de sócio torcedor do País como indícios de seu “DNA inovador”. Em parceria com a Sportheca, o SPFC também foi o primeiro clube a aderir ao app OneFan, para engajamento de torcedores, por meio de conteúdos exclusivos, interação, recompensas e resgates a partir de inteligência de dados sobre o comportamento dos usuários.
No lançamento do Inova.São, são destaques dois projetos em andamento: o Censo Tricolor e o Terra dos Campeões. No primeiro, em parceria com a PH3A (especialista em criação e gestão de Big Data), será realizado “o 1º Censo do futebol brasileiro, com alcance global e buscando coletar informações para conhecer a fundo ao menos 10 milhões de torcedores”. O objetivo, claro, que os dados sejam fonte para melhorias no relacionamento e engajamento do SPFC com sua torcida e indiquem novos caminhos de monetização. Já o segundo projeto busca unir passado e futuro e físico e digital, pois envolverá o plantio de árvores no CT de Cotia em homenagem aos ídolos do clube. Mas árvores e experiências poderão ser adquiridas numa plataforma baseada em princípios da Web3, e estimulando geração de receita e a própria presença de são-paulinos/as no metaverso, a partir de agosto.
“O São Paulo passa de falar só das glórias do passado e a também construir um futuro diferente”, pontua Eduardo (Edu) Paraske, sócio da Deboo. Ele promete que o novo espaço será “super moderno, aconchegante, de primeira linha”, para fomentar que seja habitado por diferentes atores do mundo da inovação e empreendedorismo, como o Cubo, do Itaú, entre outros players. Segundo Edu, a proposta de um hub aberto combina com o perfil do clube a própria essência da inovação, cada vez mais colaborativa hoje em dia. “Dentro dos três principais temas – performance esportiva, aumento de engajamento de base de fãs e torcedores e aumento de receita do clube – cabe muita coisa, não só as sportechs, startups de esportes, mas qualquer startup que venha ajudar o São Paulo crescer e ser o clube que ele é”, diz.
A aproximação entre Deboo e o clube surgiu com o projeto Terra dos Campeões e, depois, começou a conversa sobre o hub em si, numa afinidade que Edu define como “uma tabelinha bem-feita”. A empresa atua na ponte entre clientes e o mundo de blockchain e Web3.0. “Ajudamos empresas a entrarem nesse universo de NFTs, metaverso, DAOS, cripto. Temos as plataformas, mas ajudamos as empresas a entrarem nisso com estratégia. Hoje, muitas empresas entram nesse mundo de maneira pontual, não sabem por que estão lá e acabam queimando testes e possibilidades”, analisa o executivo, que tem entre os clientes negócios tão diversos quanto CNN, Deus Ex-Machina, Vivo, Feira Preta e a agência Suba, de influenciadores e celebridades.
Para Edu, mais importante para uma marca do que surfar o hype é entender onde e como quer estar. E o que tem atraído os clientes é o fato de ter uma modelagem criativa e estratégica, à qual, em primeiro lugar, já são plugados os objetivos do cliente e, depois, vêm uma modelagem econômica (o que aquilo entrega de ROI, seu valor financeiro), uma jurídica (fazer com que os projetos estejam dentro da lei, uma vez que nesse novo mundo muitas vezes nem os governos ainda sabem exatamente como agir) e uma tecnológica (a que possibilita a entrega ao cliente, do qual a Deboo se torna sócia no negócio). “O maior interessado de que dê certo somos nós. Agora, a empresa precisa estar em tudo? Não necessariamente”, argumenta o novo “sócio torcedor” do São Paulo.
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