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“Se a inovação não for social, estamos perdidos”

Gabriel Gomes, da Red Bull, alerta, em painel no Hack Town, sobre a necessidade de que a inovação vá além de produtos ou serviços


7 de setembro de 2019 - 13h06

 

Jefferson Quirino, integrante da rede Red Bull Amaphiko, que fundou o projeto Favela Radical (Crédito: Reprodução)

Projetos sociais originados dentro de empresas, geralmente, acabam sendo realizados no automático ou apenas como forma de destinar uma verba específica a um tema considerado nobre. Colocar o social em uma caixinha, no entanto, não faz sentido. Diante de todas as transformações sociais, se as empresas não pensarem inovação de forma consistente, elas terão um problema.

Gabriel Gomes, gerente de inovação na Red Bull Brasil

Muitas dessas visões foram compartilhadas por Gabriel Gomes, gerente de inovação na Red Bull Brasil, em painel no Hack Town 2019. Gabriel recebeu para uma conversa o empreendedor social Jefferson Quirino, integrante da rede Red Bull Amaphiko, que fundou o projeto Favela Radical, focada em utilizar o esporte radical como ferramenta de impacto social no Morro do Turano, no Rio de Janeiro.

De acordo com Gabriel, inovação deve ir além do produto ou serviço principal das empresas e sempre ter o impacto social como centro. “Discutir projetos sociais hoje é muito mais sobre criatividade do que sobre terceiro setor. E o importante é pensar, neste contexto, a tecnologia como algo que vá além do que apenas ser um suporte, mas como algo que transforme, de fato”, explica Gabriel.

Como? tão importante quanto O que?
“Muitas das empresas que querem gerar valor não possuem produtos e serviços que, diretamente, sejam considerados inovações sociais. E se a empresa se perguntar apenas o que ela possui em relação à inovação social, isso pode ser um fator limitante. O como tem o mesmo peso e pode abrir um leque de possibilidades. Ainda que uma empresa produza uma xícara, ela pode se perguntar como pode inovar em seu impacto, na sua cadeia, e no valor que ela gera além dos produtos”

Inovação é sobre processo e não sobre resultados
“Muitas vezes a inovação morre porque os processos não a protegem. Inovação é muito mais sobre os processos e menos sobre resultados. Inovação é sobre as metodologias e as maneiras de organização de iniciativas. Para que ela aconteça é necessário que as coisas sejam feitas de forma diferente de como foi feito até aqui. Inovação sem processo não existe e logo, não gera resultados”

Ou inovação é social, ou estamos perdidos
“Não há necessida de juntar as palavras social e inovação, se a inovação não for social estamos perdidos. Se fosse utilizado o termo social, entende-se que existe inovação que não é social, e isso não faz sentido. Inovação deve fazer parte de mudanças voltadas para a economia, o ambiente, a política e outros aspectos da nossa sociedade”

É sobre criatividade, não apenas sobre tecnologia
“A tecnologia é importante, mas inovação tem muito mais relação com a criatividade. Seja IoT, blockchain ou o que surgir, sem criatividade e propósitos elas não fazem sentido”

 

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