Setor de bebidas e alimentos pode ter prejuízos com restrições
Brand Finance estima que marcas podem perder até US$ 521 bilhões com proibição de publicidade na TV, outdoors, demonstrações em lojas ou embalagens diferenciadas
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Países no mundo todo contam com políticas para oferecer mais informações sobre produtos aos consumidores, bem como evitar a propaganda considerada abusiva, alertar sobre questões de saúde, entre outros. As restrições de marketing, que podem envolver a proibição de publicidade na TV, outdoors, demonstrações em lojas ou embalagens diferenciadas, podem custar bilhões às empresas, uma vez que diminuem os artifícios de diferenciação no mercado. O relatório Brand Finance Marketing Restrictions 2021 estimou que concluiu que uma imposição global de restrições de marketing nas indústrias de álcool, confeitaria, salgadinhos, salgados e bebidas açucaradas geraria prejuízo de US$ 521 bilhões para as marcas.
Após a introdução de restrições de marketing para produtos de tabaco e repetidos apelos para estender a legislação a mais setores, a Brand Finance analisou o impacto potencial de tais políticas nas marcas de alimentos e bebidas. Baseado nas análise realizadas em 2017 e 2019, o estudo realizou levantamentos sobre nove empresas das maiores empresa do setor no mundo: AB InBev, The Coca-Cola Company, Diageo, Heineken, Mondelëz International, Nestlé, Pernod Ricard, Treasury Wine Estates e PespsiCo. A última é a que, de acordo com o Brand Finance 2021, perderia mais em termos absolutos, com um valor de US$ 62 bilhões. Pepsi é a marca do portfólio da companhia que mais sofreria neste cenário, com um montante de US$ 23 bilhões.
As empresas de refrigerante, no geral, sofreriam com a imposição de embalagens mais simples, por exemplo. A Coca-Cola é marca que enfrentaria mais perdas em nível de marca, com um risco estimado em US$ 43 bilhões. Já no ramo das bebidas alcoólicas, a Treasury Wine Estates poderia chegar a encarar um prejuízo de 38,9%. Enquanto isso, em termos absolutos, a AB InBev encararia queda de US$ 40 bilhões por conta das medidas restritivas.
Segundo David Haigh, presidente e CEO da Brand Finance, restrições severas de marketing são catastróficas, não apenas para as marcas, mas para todas as partes interessadas, desde consumidores e sociedade, até investidores e governos. “As marcas são essenciais para a forma como o mundo funciona. Em tempos de crise, as marcas, especialmente as mais valiosas e fortes em suas categorias e mercados, tornam-se um porto seguro para o capital. Marcas bem administradas, inovadoras e respeitáveis são o que a economia global se volta na hora de necessidade”, diz.
Em termos de alimentação, a Mondelëz passaria de um valor de empresa de US$ 102,9 bilhões para US$ 89,8 bilhões. Já a Nestlé encararia uma queda de US$ 38,3 bilhões nesse mesmo sentido, indo de US$ 370,4 bilhões para US$ 332,1 bilhões pós as restrições.
Além das estimativas, a Brand Finance levantou dados ouvindo mais de seis mil consumidores em 112 países. No Brasil, foram entrevistados mais de 550 pessoas, dos quais 96% concordam que as marcas incentivam a qualidade do produto e melhoram a escolha. Além disso, 92% acreditam que as marcas contribuem para a economia e 90% dizem que elas dão apoio à mídia através do financiamento de publicidade. Em relação à média global, os resultados indicam que os brasileiros estão com as percepções mais positivas quando o assunto é impacto das marcas.
Quando perguntados o que esperam das marcas, 89% apontam a segurança superior do produto e padrões de produção contra 79% do índice mundial. 84% responderam sobre o fornecimento e cadeia de suprimentos mais éticos e a mesma porcentagem espera que as companhias tenham melhores práticas de emprego do que pequenas empresas. Em questões mais relacionadas a valores, 84% também têm expectativas quanto à liderança em igualdade de tratamento, independentemente de gênero, raça, deficiência, entre outros, e 81% apostam no apoio à causas de caridade.
*Crédito da foto no topo: JBKdviweXI/ Unsplash
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