Virgin, SpaceX, Blue Origin e o storytelling galáctico
Empresa do bilionário Richard Branson chega à estratosfera e acelera corrida espacial da era da informação em fase de construção de marcas
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Luiz Gustavo Pacete
18 de dezembro de 2018 - 6h00
Romper a estratosfera ou chegar à fronteira do espaço. O feito da Virgin Galactic, na última quinta-feira, 13, de ter se aproximado do espaço com uma espaçonave foi mais um marco da corrida espacial da era da informação. A empresa do bilionário Richard Branson havia tentado o feito em 2014, mas sua espaçonave, com dois tripulantes, acidentou-se causando a morte do copiloto.
O marketing espacial de Elon Musk
A conquista da semana passada é simbólica nessa nova corrida que visa o turismo espacial cujos protagonistas são, além de Branson, Elon Musk, da SpaceX, e Jeff Bezos, da Blue Origin. “Essa corrida começou com a lacuna deixada pela NASA quando o governo americano diminuiu o investimento na ‘fronteira final — o espaço’. E essas três empresas absorveram a demanda do mercado se especializando na viagem espacial”, explica Victor Azevedo, sócio do canal CDFs e coordenador dos MBAs na área digital da Universidade Veiga de Almeida (UVA) e professor da graduação e pós-graduação do Ibmec.
Os investimentos bilionários em pesquisa, protótipos e desenvolvimento vêm acompanhados de um processo de construção de marca que está muito associado ao estilo dos fundadores das respectivas empresas. Dos três, Richard e Musk se destacam pela capacidade de atrair atenção de forma inusitada e, em alguns casos, gerar polêmicas. Em fevereiro, a SpaceX, por exemplo, enviou um modelo da Tesla, também de propriedade de Musk, para o espaço em um super foguete. Já Branson adota seu estilo de chamar a atenção em ações como quando se vestiu de comissária em 2016 após a nave da Virgin Galactic romper a barreira do som em teste.
Já Bezos, em entrevista ao GeekWire, afirmou recentemente que quer trabalhar com a NASA e a Agência Espacial Europeia para levar pessoas à Lua, mas caso não consiga, “tentará alcançar o objetivo por conta própria.” Sobre o storytelling que essas empresas vêm adotando, Azevedo explica que as propostas iniciais são romantizadas e envolvem o fato de que o ser humano precisa navegar pelo espaço “como navegamos pelo céu e pelo mar”.
“Assim, surgiu a ideia do turismo espacial seguida do transporte e colonização de outros planetas, por exemplo a Virgin Galactic levou um seleto grupo para viver essa experiência, contudo, os interessados tiveram que pagar US$ 250 mil. Desta forma, esse mercado ainda é voltado para um nicho muito exclusivo com uma demanda que não sustenta os altos investimentos no setor”, afirma Azevedo.
Na visão de Azevedo, no entanto, existe um mercado com baixa saturação que não exige a complexidade de transportar pessoas despreparadas para o espaço, que é o mercado de transporte de satélites. “Pensa bem, nossa era é conhecida como a ‘era da informação’, ter o domínio da informação é ter ganhos financeiros substanciais e como consequência a cada dia aumenta a concorrência em busca desses ganhos. E é aí que os satélites entram, eles possibilitaram essa explosão de informação no mundo, distribuindo dados, conectando pessoas, otimizando processos, em resumo eles tornaram o nosso mundo menor”, explica.
Essa nova corrida espacial é uma nova direção na guerra da informação. O pensamento estratégico definido pela Space X, Virgin Galactic e Blue Origin é de serem as donas da rota que transporta tecnologia para possibilitar a distribuição e a extração de dados. “Vivemos num ciclo, da mesma forma que foi criada a Rota da Seda, que ligava comercialmente o Oriente à Europa, onde eram transportadas especiarias, estamos vivenciando a criação da ‘Rota da Seda Espacial’. Desse modo, as três empresas estão agindo de maneira semelhante aos antigos navegantes que cobravam para aqueles que queriam transportar as especiarias”, ilustra.
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