Starbucks ameaça liderança do McDonald?s
Avaliada em US$ 86 bilhões, a rede de cafeterias pode, já no próximo ano, ultrapassar os US$ 95 bilhões em valor de mercado do McDonald´s
Avaliada em US$ 86 bilhões, a rede de cafeterias pode, já no próximo ano, ultrapassar os US$ 95 bilhões em valor de mercado do McDonald´s
Meio & Mensagem
4 de agosto de 2015 - 4h38
Ela existe há 44 anos, mas é reconhecida como uma marca jovem, descolada, inovadora e desejada. Apesar de vender produtos proporcionalmente mais caros a de seus concorrentes, a rede americana avança, quase que discretamente, rumo à liderança do setor de alimentação no mundo, ameaçando o McDonald´s. Em uma reportagem especial, publicada nesta terça-feira, 4, o Wall Street Journal mostra que, já no próximo ano, a rede de cafés pode suberar o McDonald´s em valor de mercado.
Atualmente, a Starbucks está avaliada em US$ 86 bilhões, enquanto o McDonald´s vale US$ 95 bilhões. Porém, os momentos são distintos. O McDonald´s vem perdendo dinheiro nos últimos anos e suas ações caem. Já a rede de cafés, vem numa trajetória de alta na casa de 20%, de lucro e receita. Se esse ritmo se manter, o feito acontecerá em 2016. No último ranking da revista Fortune, divulgado em fevereiro, a Starbucks aparece como a quinta marca mais querida no mundo, atrás de Apple, Google, Berkshire Hathaway e Amazon.
Os analistas que acompanham o setor de alimentos indicam que a Starbucks está conseguindo impulsionar suas vendas por suas inovações digitais. A empresa dobrou a participação de pagamentos digitais em seus negócios. Atualmente, 20% dos pagamentos são feitos no mobile. Além disso, a rede apostou na diversificação oferecendo café da manhã, almoço e lanches, em algumas lojas, até bebida alcóolica. Neste ano, a expectativa é que a empresa fature US$ 19,2 bilhões no ano fiscal que termina em setembro, alta de 17%. Nos últimos doze meses, 658 novas lojas foram abertas.
Outro fator apontado pelo sucesso da Starbucks é a inovação. A Starbucks chega a ser comparada com empresas iniciantes do Vale do Silício por testar formatos de comunicação e inovação. A empresa também aposta em seu modelo de fidelidade. O My Starbucks Rewards’, lançado em 2009, ele cresceu 28% e conta com 10,4 milhões de membros ativos. Os membros do “My Starbucks Rewards” tinham US$ 1,3 bilhão nos seus cartões ao fim de junho. Nos últimos meses, a empresa vem ampliando suas parcerias. Recentemente, fechou um acordo com o jornal New York Times para oferecer conteúdo do jornal a seus clientes. Também realizou uma parceria com o aplicativo de caronas Lyft.
O estilo discreto no Brasil
Quando desembarcou no Brasil, em junho de 2006, a Starbucks manteve o mesmo estilo e foi aos poucos construindo a confiança dos clientes. Alguns anúncios pontuais em mídia impressa, mas um trabalho ativo nas redes sociais. Sua ambição não era estar em todos os estados, mas fidelizar as regiões em que atuasse. Recentemente, chegou a cem lojas no Brasil, entre Rio e São Paulo, e continua com foco no Sudeste. “Continuamos com a estratégia nessa região onde há muito espaço para crescer ainda”, diz Renato Grego, gerente sênior de marketing da Starbucks Brasil. O executivo revela ao Meio & Mensagem que a rede já se prepara para abrir novas lojas até o final do ano nessas duas cidades.
De acordo com Grego, a premissa para operar no Brasil foi a do relacionamento. A marca ainda está em construção e, portanto, precisa se aproximar do cliente. “Somos jovens, se pensar bem, 44 anos no mundo e 10 anos no Brasil não é muita coisa. Ainda estamos naquele momento de se conectar com nossos clientes e oferecer a eles produtos e serviços relevantes“, diz Grego. O boca a boca tem sido uma das maiores ferramentas de marketing da empresa explorando principalmente a experiência das lojas.
Um ponto importante para crescer em um mercado concorrido é inovar no portfólio. No Brasil, essa estratégia foi feita levando em consideração as particularidades do consumidor local. “Algo muito interessante que constatamos no Brasil foi que o hábito do café pela manhã antes de ir para o trabalho ainda não é muito difundido, diferentemente dos Estados Unidos, mas as comidinhas fazem muito sucesso por aqui e por isso que investimentos em apliar e mudar o cardápio sempre”, diz Grego.
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