Startups brasileiras têm novos caminhos para construir marca
Realizado pela primeira vez no País, o TechCrunch Startup Battlefield é mais uma porta de visibilidade internacional para empreendedores
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Luiz Gustavo Pacete
9 de novembro de 2018 - 6h00
Com uma mescla de Shark Tank, programa onde empreendedores apresentam suas empresas e ideias a investidores, e as rodadas de pitchs em busca de investimentos, o Startup Battlefield realizou sua primeira edição no Brasil na quinta-feira, 8, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. O evento é realizado há 12 anos pelo portal americano TechCrunch, da Verizon/Oath, e já movimentou mais de US$ 8 bilhões em aportes. Além de São Francisco, sede do evento, Alemanha, Líbano e Nigéria já receberam o evento.
Já foram reveladas no Startup Battlefield empresas como Dropbox, Fitbit e Cloudflare. Entre os jurados e os palestrantes, figuras locais do empreendedorismo na América Latina, entre eles, Fabricio Bloisi, CEO da Movile, Ana Lu McLaren, do enjoei, Hernan Kazah, cofundador e sócio da Kaszek Ventures e Cristina Junqueira, VP de branding e desenvolvimento comercial da Nubank. A startup vencedora, Olho do Dono, de Vitória (ES), levou US$ 25 mil e uma vaga para competir no TechCrunch Disrupt SF, em 2019.
“A América Latina, com o destaque do Brasil, é uma região de muitas oportunidades e um mercado consumidor relevante. Se compararmos com a China, por exemplo, temos muitas semelhanças com metrópoles e a necessidade de uma aceleração digital inteligente”, disse Yony Qiu, CEO da 99. De acordo com Eduardo Musa, cofundador da Yellow, assim como é uma região de oportunidades, há também muitos desafios relacionados à formação de profissionais com expertise técnica. “Já temos instituições relevantes neste sentido, mas ainda não é o suficiente”, explica Musa.
Para muitos empreendedores, um evento como este seria o equivalente a ter recursos para criar uma campanha na TV. Konstantinos Papamiltiadis, diretor de plataformas e programas para desenvolvedores do Facebook, explica que o marketing e a construção de marca são vividos de formas diferentes por uma startup. “Sempre dizem que investir em marketing não é uma prioridade para startups e não deve ser, essa preocupação só pode existir quando o produto de fato encontrado a conexão com uma dor a ser resolvida e entrega uma experiência, de fato”, diz Konstantinos.
De acordo o executivo, responsável por intermediar a vinda do TechCrunch ao Brasil, existe uma outra forma de startups construírem marca. “Pode ser a única oportunidade de empresas como as que estão nesse evento de se apresentarem para investidores. E conforme elas tenham uma boa solução, ainda que não vençam, passam a desfrutar de indicações e recomendações que iniciam um ciclo chamando investimento, visibilidade e o fortalecimento. Isso é construção de marca para startups”, explica o executivo.
Sebastian Mejía, cofundador da Rappi, que em setembro ultrapassou US$ 1 bilhão em valor de mercado, ganhando o status de unicórnio, explica que sua empresa, por exemplo, está em um estágio além desse narrado por Konstantinos. “Definimos nosso modelo, confirmamos o potencial de escalar e agora passamos a ter recursos para investir em um marketing massificado. Mas mesmo que massificado, ele deve ser estar conectado com nosso propósito e performance. Exemplo: o Rappi nasceu com essa conexão com o bairro, logo nossa estratégia tem que ser muito focada no local. Mas, de fato, construção de marca para uma empresa é muito diferente”, afirma.
De acordo com a jornalista e consultora de PR para startups Beatriz Bevilaqua, do canal Metamorfose, a estratégia de relações públicas também é vital no processo dessas empresas. “A comunicação estratégica é fundamental para o crescimento de qualquer startup. O PR ajuda na construção e consolidação da marca diante do público. Mas é preciso saber o momento certo para contratar uma assessoria, é necessário ter estruturado a empresa e validado o modelo de negócio antes de fazer qualquer tipo de divulgação e procurar a imprensa”, explica.
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