Teatro do Oscar nao tera Kodak
Em concordata, a centenária marca de fotografias pede o fim do acordo que lhe dá o direito de batizar o teatro do Oscar
Em concordata, a centenária marca de fotografias pede o fim do acordo que lhe dá o direito de batizar o teatro do Oscar
Janaina Langsdorff
2 de fevereiro de 2012 - 11h00
Às vésperas do Oscar 2012, que acontece no dia 26 de fevereiro, em Los Angeles, a Kodak pede a rescisão do acordo que desde 2000 lhe dava o direito de batizar o teatro de Hollywood, palco da premiação mais badalada do cinema mundial. Em concordata desde o dia 19 de janeiro, a Kodak foi aos tribunais para encerrar o contrato avaliado em US$ 75 milhões e com vigência até 2020.
A expectativa é que os juízes acatem o pedido já na audiência que deve ser realizada no dia 15 de fevereiro, em Nova York. A Kodak registrou um prejuízo de US$ 179 milhões no terceiro trimestre de 2011, uma perda ainda maior do que a obtida um ano antes, de US$ 167 milhões. A receita também não acompanhou a previsão inicial de US$ 1,53 bilhão, fechando o ano em US$ 1,49 bilhão. Os papeis da companhia caíram de US$ 90 em 1997 para US$ 1 atualmente, uma desvalorização da ordem de 80%.
Pertence à imobiliária CIM Group, o Teatro Kodak foi inaugurado em novembro de 2001 e já no ano seguinte passou a sediar o Oscar. De acordo com o jornal Wall Street Journal, a escolha de um novo patrocinador deverá passar pelo crivo da organização do prêmio, que estuda inclusive a possibilidade de manter ou não o empreendimento como sede da cerimônia a partir do ano que vem.
A situação da Kodak
A Kodak preferiu investir no plano de se tornar uma empresa de impressoras ao invés de apostar no potencial de uma criação inventada pela própria empresa, a fotografia digital. A tentativa, liderada pelo diretor-presidente da companhia, Antonio Perez, fracassou e a empresa que ao longo dos seus 131 anos de história se transformou em símbolo de fotografia acabou entrando com pedido de concordata.
A confirmação veio na manhã do dia 19 de janeiro, quando a Kodak formalizou o registro junto ao tribunal de concordatas de Nova York. A medida, já aventada no início de janeiro, é uma forma de tentar reorganizar as finanças da empresa por meio do corte de custos e a venda de parte de sua carteira de patentes. Estima-se que a Kodak tenha perdido US$ 7 bilhões em valor de mercado nos últimos anos.
O processo de reestruturação conta com uma linha de empréstimos da ordem de US$ 950 milhões liberada pelo Citigroup Inc. para preservar o funcionamento da companhia durante o período da concordata, previsto para terminar em 2013. O destino de 19 mil funcionários, além dos aposentados é incerta. Fundada em 1884 por George Eastman, a Kodak possui hoje US$ 5,1 bilhões em ativos e US$ 6,75 bilhões em dívidas. Entre seus credores, estão Wal-Mart Stores Inc., Target Corp., Best Buy Co. Inc. Amazon.com Inc., Sony Studios, Warner Brothers, Disney Studios, Paramount Studios e Nokia Corp.
Compartilhe
Veja também
Dançar Marketing: unindo a cultura com a experiência de marca
Em entrevista, Adriana Marchetti, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da companhia, destaca tendências do mercado de marketing cultural no Brasil
Ram se torna patrocinadora da NFL no Brasil
Marca estará presente nas ações da liga no País em 2025 e do jogo da temporada regular que acontece em São Paulo neste ano