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Marketing

Telefônica nega auditoria na área de marketing

Em resposta a questionamento da CVM, área de relações com investidores da empresa diz que não está adotando novos manuais de conduta e que não faz revisão de todos os contratos dos prestadores de serviços com vistas a possíveis descredenciamentos


26 de julho de 2016 - 20h49

Por Alexandre Zaghi Lemos e Bárbara Sacchitiello

telefonica
Em resposta a questionamentos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), feitos com base em reportagem do jornal Valor Econômico, a Telefônica Brasil divulgou nesta terça-feira, 26, juntamente com seu balanço do segundo trimestre de 2016, um comunicado assinado pelo diretor de relações com investidores, David Melcon Sanchez-Friera, que nega estar em curso uma auditoria na área de marketing.

Diz o texto que, apesar do “interesse contínuo da companhia com a manutenção de sólidos procedimentos de compliance e de controles internos aplicáveis às suas atividades”, e de “manter uma prática cotidiana de integridade e controles internos”, não há procedimento em curso com as características citadas pela reportagem do Valor. Além de negar que haja uma auditoria no marketing, a Telefônica também diz que não está em curso a adoção de códigos e manuais de boa conduta específicos nesta área e que não faz revisão de todos os contratos e acordos dos prestadores de serviços com vistas a possíveis descredenciamentos.

Em reportagem publicada em sua edição de segunda-feira, 25, o Valor Econômico informa que a Telefônica Vivo promove uma auditoria em seus contratos no departamento de marketing, que “deve levar ao descredenciamento de prestadores de serviços”. Segundo o jornal, o objetivo da auditoria é “verificar a existência de irregularidades em relação às normas adotadas em contratos e discordâncias em relação aos preços negociados”. Um resumo da reportagem foi distribuído internacionalmente pela agência de notícias Reuters.

A resposta desta terça-feira, 26, da Telefônica Brasil à CVM ressalta ainda que a empresa adota “princípios de atuação ética”, “fomenta e incentiva a observância de normas e regras internas relacionadas à compliance” e “procedimentos de controles internos aplicáveis às suas operações e atividades, os quais estão em constante atualização e aprimoramento, com vistas a manter os mais altos padrões de excelência”. E que, para tanto, “trabalhos internos relacionados com auditorias e revisões, sejam eles de processos, procedimentos e contratos são atividades rotineiras e correspondem a ferramentas usuais na consecução de tais objetivos, compatíveis com as melhores práticas de mercado”.

Como a CVM também questionou a Telefônica sobre a demissão, no mês passado, da diretora de imagem e comunicação Cris Duclos, o comunicado da empresa “reitera sua prática de não comentar questões dessa natureza”.

O texto conclui que, diante do exposto, a “Telefônica Brasil entende que não havia motivos para tratar o referido assunto como Fato Relevante”, nos termos das exigências da CVM.

Entenda o caso Telefônica Vivo
Nas últimas semanas, um dos assuntos mais comentados nos bastidores do mercado publicitário foi a suposta auditoria em contratos do departamento de marketing da Telefônica Vivo e o estabelecimento pelo anunciante de novas práticas de relacionamento com fornecedores da área, como agências e produtoras. As principais parceiras da Vivo na publicidade são Africa, DPZ&T e Y&R, que dividem a conta off-line do anunciante.

Fontes ouvidas por Meio & Mensagem confirmaram que a empresa encaminhou nos últimos dias aos seus fornecedores de comunicação e marketing, incluindo agências, um documento que impõe novas práticas de relacionamento com o anunciante, contendo instruções e normas de conduta estabelecidas neste mês e que já estão valendo para o setor de publicidade. Disseram, ainda, que as três agências não podem se posicionar oficialmente sobre o tema sem aval do anunciante.

A reportagem de Meio & Mensagem teve acesso a um comunicado interno distribuído na segunda-feira, 25, pela Africa a seus funcionários. O texto começa dizendo que as agências que trabalham com a Vivo são “vítimas de ataques por suposto beneficiamento na gestão de contratos” e que tais ataques, “feitos pela internet, não têm nenhum fundamento”. A Africa afirma que é rígida com sua “política de compliance”, trabalha há mais de 12 anos com a Vivo e diz estar tomando as “medidas cabíveis contra esses boatos absurdos e falsas acusações”.

Segundo o ranking Agências & Anunciantes, a Telefônica foi a sexta maior compradora de mídia do País em 2015, com investimento de R$ 530 milhões, o que faz da marca Vivo a maior anunciante da área de telecom.

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