Como as empresas estão se comportando no TikTok?
TikTok atrai marcas e empresas que querem alcançar suas audiências de maneira mais criativa, informal e autêntica
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Giovana Oréfice
6 de junho de 2023 - 6h00
O TikTok já é amplamente popular entre os usuários “pessoa física”, mas não é de agora que a rede social também vem tomando uma nova faceta. A entrada na plataforma é, cada vez mais, uma estratégia adotada por marcas não só como um instrumento de promoção, mas de aproximação com um público segmentado e para mostrar o lado que ninguém vê – até agora.
A Cimed, por exemplo, reúne quase 42 mil seguidores e acumula 393 mil curtidas no TikTok. A estratégia tomou forma após a vice-presidente Karla Marques Felmanas, entrar na rede social direcionada pelos filhos e sobrinhos. Mais do que as coreografias, a executiva encontrou na plataforma um lugar para, simplesmente, mostrar seu dia a dia. Seus conteúdos vão desde os bastidores trabalhando na Cimed até sua vida pessoal.
“Começamos fazendo muito intuitivamente, não foi algo desenhado estrategicamente. O que mostramos nas redes sociais é exatamente o que fazemos. Tenho muito orgulho e amo estar na fábrica, e são poucas pessoas que têm acesso a isso”, comenta a vice-presidente. O vídeo “Um dia na fábrica da Cimed comigo” alcançou a marca de 1,5 milhão de visualizações e o perfil de Karla já tem 5 milhões de curtidas.
Geração Z troca buscadores por redes sociais
O sucesso é justificado por, justamente, conter um dos propósitos do TikTok na prática: criatividade e autenticidade. “As marcas que mais se destacam na plataforma são as que abraçam estes pilares do TikTok de focar na criatividade e, sobretudo, na autenticidade para criar conexão real com a comunidade. São empresas que conseguem conversar, verdadeiramente, com audiências de interesse”, aponta Theo Lima, diretor de vendas do TikTok no Brasil.
No final de maio, o perfil da Hering no TikTok, que tem perto de 80 mil seguidores, publicou um “vídeo-bastidor” com as reações do time de marketing ao assistir pela primeira vez um conteúdo criado pela influenciadora Malu Borges, parceira da marca, famosa por postar “looks” na rede. As risadas e caras de espanto provocaram reações dos seguidores da marca. O vídeo teve mais de 50 mil curtidas e de 270 comentários. Um usuário comentou: “Que vídeo fofo! Muito bom ‘entrar’ na empresa e acompanhar esses momentos, amei”. Outra usuária escreveu: “Do nada, vontade de comprar na Hering”, ou seja, tudo que a marca queria.
De acordo com dados do próprio TikTok, 85% dos usuários no Brasil dizem que enxergam credibilidade nos vídeos que assistem. A mesma porcentagem afirma ter pesquisado um produto depois de tê-lo visto em algum conteúdo da plataforma. A Cimed protagonizou um caso relevante no que diz respeito à união com a plataforma.
Recentemente, a farmacêutica lançou versões do hidratante labial Carmed ao lado da Fini. A postagem de Karla sobre um dia de produção do produto na fábrica alcançou mais de 2 milhões de visualizações. Nas últimas semanas, usuários alegaram que as três versões da parceria (beijos, banana e dentaduras) estavam esgotadas nas farmácias. A hashtag #carmedfini tem 197,5 milhões de views, e até mesmo gerou trends na plataforma.
@karlacimed @Carmed já garantindo os meus kkkk #cimed #karlacimed #carmedfini ♬ Funny Song – Cavendish Music
A companhia tem seus serviços de marketing e comunicação internalizados e, apesar de contarem com planejamentos sobre os conteúdos do TikTok, a aposta no conteúdo orgânico é valiosa para as marcas. A VP recomenda manter um olhar atento a tudo o que acontece na plataforma.
Já o diretor de vendas do TikTok no Brasil aconselha marcas a, além de utilizarem-se da criatividade, sigam o “storytelling” do conteúdo. Ademais, ele aponta que é preciso ser orientado para a plataforma a partir das ferramentas que ela oferece, bem como pregar pela velocidade, e não perfeccionismo. “TikTok é uma ótima plataforma para engajar e alcançar um público diverso, que muitas vezes não é atraído pela publicidade tradicional. Portanto, quando se trata de criar conteúdo, sempre que possível, seja autêntico e conheça as tendências que acontecem na plataforma”, acrescenta o executivo.
Criar conexão com o público é essencial, sobretudo para segmentos como o farmacêutico. “Cria-se um vínculo com a marca. Medicamento é uma coisa em que é preciso confiar”, alega Karla. “Foi uma maneira que criamos, muito intuitivamente, de mostrar um pouco para o nosso público o que é esse ‘mundo amarelo’”, complementa. Ademais, a linguagem cotidiana e descontraída foi aliada de um forte branding construído pela Cimed nas redes.
Outros segmentos vêm investindo na plataforma para alcançar suas audiências – que não se restringem à Geração Z. A Cibra, do setor do agronegócio, alcançou 250 mil visualizações na estreia. Depois de uma semana, a comunidade chegava a 7.200 seguidores. Hoje, são 32,1 mil usuários e quase 90 mil likes nos vídeos. O público-alvo da companhia são produtores e demais atores da cadeia do agronegócio, como consultores, estudantes e agrônomos.
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