Assinar

Brasil tem redução no número de unicórnios

Buscar

Brasil tem redução no número de unicórnios

Buscar
Publicidade
Marketing

Brasil tem redução no número de unicórnios

Adquirida pela Visa, Pismo entra para a lista de unicórnios brasileiros como a única startup a atingir valor de US$ 1 bilhão em 2023


8 de dezembro de 2023 - 6h00

Este ano o Brasil teve apenas uma startup que se tornou unicórnio. A fintech Pismo, desenvolvedora de tecnologia bancária e pagamentos, ganhou o título em junho de 2023, ao ser adquirida pela Visa por US$ 1 bilhão. A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a aquisição sem restrições nesta terça-feira, 5.

Um dos unicórnios brasilerios, Pismo oferece soluções digitais para empresas tradicionais do mercado financeiro (Crédito: Crizzystudio/Adobe Stock)

Pismo oferece soluções digitais para empresas tradicionais do mercado financeiro (Crédito: Crizzystudio/Adobe Stock)

Por que houve redução na quantidade de unicórnios brasileiros?

Unicórnio é o adjetivo utilizado para descrever as statups com valor de mercado superior a US$ 1 bilhão. A 99 foi a primeira dos unicórnios brasileiros, ainda em 2018. Conforme o CEO da 100 Open Startups, Bruno Rondani, a 99 abriu caminho para outras 20 startups brasileiras atingirem o status entre 2018 e 2021.

“Esse período foi marcado pelo crescimento extraordinário do Venture Capital, que atingiu um pico de mais de US$ 10 bilhões investidos em startups em 2021, ano em que o País produziu oito unicórnios”, descreve. Porém, segundo Rondani, a partir de 2022, houve uma redução drástica no volume de recursos disponíveis para startups por conta da instabilidade econômica.

Dessa forma, apenas o banco digital Neon e a fintech alcançaram o título desde então. Atualmente, além desses, o Brasil tem como unicórnios as empresas Banco C6, CloudWalk, Creditas, Ebanx, Facily, Frete.com, Gympass, Hotmart, iFood, Loft, Loggi, Mercado Bitcoin, Merama, Madeira Madeira, Nubank, Olist, Wildlife, Quinto Andar, Vtex, Unico e Dock.

A compra da Pismo pela Visa representa uma tendência de mercado, tendo em vista que a startup se tornou unicórnio a partir de aquisição no processo conhecido como Open Innovation, diz Rondani, em que corporações se abrem para inovações externas, como fusão e aquisição. Conforme o Crunchbase, C6 Bank e Daki.

“A aquisição da Pismo pela Visa reforça a presença das corporações no ecossistema de startups e do crescente volume de recursos aplicados na prática de open innovation”, diz.

O que é a Pismo?

Fundada em 2016, a brasileira Pismo desenvolve e oferece soluções baseadas em nuvem a fim de digitalizar processos e empresas, sobretudo ajudar no processamento para serviços bancários e pagamentos. Além disso, a startup promete capacitar empresas a criar novos produtos e serviços. Entre os clientes, estão bancos, marketplaces e fintechs como Citi, Falabella e Itaú. Além do Brasil, ela opera em outros países da América Latina, Estados Unidos, Europa, Sudeste Asiático e Índia e Austrália.

Ao adquiri-la, a Visa quer adicionar diferenciais no atendimento de clientes como instituições financeiras e fintechs. Por exemplo, ao utilizar os ativos da Pismo para oferecer conectividade e apoio para pagamento emergentes, criar carteiras ou cartões digitais e utilizar dados de transações para melhorar serviços.

De acordo com o professor de MBAs da FGV, Roberto Kanter, instituições financeiras tradicionais e não nativas digitalmente têm dificuldades para mudar seu modelo de negócio. A Pismo traz soluções nesse sentido. “A Pismo foi criada para trazer tecnologia e inovação no digital para empresas que estão com dificuldade de fazer essa mudança no modelo de negócio. Ela utiliza modelo de plataformas e trabalha com APIs abertas. Ela consegue pegar soluções muito antigas e, de uma maneira relativamente rápida, fazer com que o cliente tenha respostas mais rápidas para seu cliente”, explica.

Aquisição pela Visa

Assim, a Pismo virou alvo da disputa entre as operadoras Visa e Mastercard. Essa disputa revela uma mudança de posição dos operadores, que buscam novos negócios para além de mediar transações. Para Kanter, não se sabe ao certo se a Visa irá utilizar as soluções da Pismo, aprimorá-la para revendê-la ou manter a operação independente do restante do grupo.

“A Pismo era uma solução independente. Agora, ela está diretamente ligada ao planejamento estratégico da Visa. Ela vai funcionar como uma unidade de negócio da Visa e o que vai haver de melhorias para a plataforma virá das demandas da Visa”, diz.

Mesmo assim, o professor acredita que, em médio e longo prazos, soluções de ordem financeira são fundamentais e devem se manter relevantes. “O desafio da Visa com a Pismo é enxergar como eles podem ser produtivos para o ecossistema da Visa”, afirma.

Publicidade

Compartilhe

Veja também