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Marketing

Unilever cria Escola de Marketing Antirracista para funcionários

Em parceria com as consultorias Indique uma Preta e Oliver Press, a companhia celebra a formação de 350 profissionais de marketing com foco na agenda racial


4 de novembro de 2024 - 6h00

Visando promover uma transformação nas práticas internas da empresa e, ao mesmo tempo, impactar de forma positiva o mercado e a sociedade como um todo, a Unilever – em parceria com a Indique Uma Preta e a Oliver Press – criou a Escola de Marketing Antirracista (EMA).

Com investimento de, aproximadamente, R$ 1 milhão da companhia de bens de consumo, o projeto foi desenhado de modo a ter disciplinas que revisam toda a cadeia do marketing sob a ótica antirracista, abrangendo desde a valorização das negritudes, passando pela antropologia do consumo, semiótica, pesquisa e desenvolvimento de produtos e relacionamento com comunidades até a comunicação nos pontos de venda. “Formamos um grupo de trabalho com gente negra que está atuando em diferentes frentes da organização e pessoas aliadas para mudar esse jogo”, afirma Vinicius Araújo, líder de cultura e marca empregadora da companhia.

Unilever

Parte do squad da EMA se reuniu, na última aula, no escritório da Unilever, com Vinicius Araújo, líder de cultura e marca empregadora da companhia (Crédito: Arthur Nobre)

Ao todo, cerca de 350 funcionários da Unilever, indo desde a estagiária até a CMO, Giovanna Bressane Gomes, frequentaram as mais de 40 horas de aula da EMA, que contou com mais de 30 profissionais atuando como professores. Dentre eles havia professores de grandes Universidades do Brasil, além de nomes relevantes na agenda racial brasileira, como Luana Génot, fundadora do ID_BR; Felipe Silva, fundador da Agência Gana; Fernanda Ribeiro, CEO da conta Black; Thais Bernardes, fundadora e CEO da Notícia Preta; e a atriz Taís Araujo.

A Indique Uma Preta foi responsável pela condução e desenvolvimento de todas as aulas da EMA, enquanto a Oliver Press liderou a relação institucional com os professores. “Conseguimos mudar um pouco essa lógica de as marcas estarem ali impondo o que vai ser a conversa, conseguimos colocar os marqueteiros para ouvir quem realmente está fazendo essa relevância cultural acontecer, de forma coletiva, dialogando, de forma horizontal”, revela Daniele Mattos, cofundadora e sócia do Indique uma Preta.

Para a escolha dos mais de 30 profissionais que lecionaram na EMA, Daniele conta que a Indique uma Preta organizou um workshop no início deste ano. A CEO e Fundadora da Agência Oliver Press, Juliana Oliveira, destaca, ainda, que houve uma preocupação em relação ao quanto esses nomes poderiam somar ao projeto e posteriormente se tornarem disseminadores dele. “Foi uma combinação de expertise técnica junto com o não-óbvio num tom midiático”, completa.

Antes mesmo do encerramento da primeira fase do projeto prevista para acontecer em uma imersão na primeira quinzena de dezembro, a EMA já colhe frutos dele. O principal desses frutos é o projeto “Tudo Pra Creator”, que vem atuando como uma aceleradora na formação de micro e nano influenciadores de beleza e que, após a EMA, ganhou um olhar para a equidade racial. Além disso, desde seu nascimento a EMA vem influenciando o desenvolvimento de campanhas com maior diversidade de vozes e representatividade.

Próximos passos

Para 2025, a Unilever priorizará e amplificará sua agenda racial. Com isso, no primeiro trimestre do ano que vem, lançará a segunda fase da EMA, que será o momento de mensuração de sua eficácia, por meio da instituição de um Comitê de Governança de Marketing Antirracista, composto por integrantes internos e parceiros externos. Seu objetivo será a construção de diretrizes do marketing antirracista e a gestão de métricas para toda a cadeia.

Apesar de atualmente contar com 42% de seus funcionários que se autodeclararam pretos ou pardos e 10% ocupando cargos gerenciais, a Unilever tem a ambição de dobrar esse número até 2025. “Queremos continuar desafiando os nossos parceiros para exercer essa mudança, para ter mais representatividade nos seus negócios”, conclui Araújo.

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