Tendências para 2040: nômades digitais e tudo omni no consumo
Estudo de Visa e Hyper Island analisa transformações das pessoas e da tecnologia e aponta valorização do bem-estar e novos limites entre conveniência e automação
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Taís Farias
14 de setembro de 2021 - 13h47
A Visa celebra cinco anos da criação de seu Innovation Studio, espaço responsável por cocriar novas soluções para o universo de pagamentos ao lado de parceiros, e já está com a cabeça em 2040. Em um evento para a imprensa nesta terça-feira, 14, a companhia apresentou uma pesquisa realizada pelo Visa Innovation Center de Miami com a Hyper Island sobre as tendências que devem moldar o futuro do setor daqui a 20 anos.
Na apresentação, Nuno Alves, country manager da Visa, também reforçou reposicionamento pelo qual a companhia passa e o desejo de mostrar sua atuação para o mercado e o público, com a campanha global “Conheça a Visa”. Segundo Nuno, o objetivo é “descartar a percepção que somos plástico, que somos cartão de crédito”, diz. “Assume um papel de ponto de convergência”, acrescenta o executivo.
Visa se reposiciona e muda identidade visual
Nessa rota, o papel do Centro e do Studio de inovação parecem ser decisivos para a empresa que pretende se apresentar como a “rede das redes”. De olho na aceleração das mudanças de hábito e comportamento trazidas pela pandemia, a pesquisa com a Hyper Island pretende traçar futuros possíveis e desejáveis para a companhia. “Não há uma tendência que vai definir o que vem por aí, mas diversas tendências”, explicou Roberta Isfer, diretora de Inovação da Visa América Latina e Caribe, ressaltando que os fatores interagem entre si. O estudo foi dividido em três grandes frentes: pessoas, tecnologia e dinheiro.
Para a companhia, o conceito de humano do futuro será o cerne de todas as transformações. A pesquisa indica um usuário cada vez dividido em uma identidade que é física e também virtual, com o metaverso emergindo. “Como eu me posiciono nesse universo em que posso ser quem eu quiser? ”, provoca Roberta. Essa expansão do ser humano estará cada vez mais relacionada a busca por propósito. Nesse sentido, popularização de comportamentos, como o dos nômades digitais, ressaltam a valorização do bem-estar.
Essas mudanças impactam na maneira como se consome. De acordo com o levantamento, o “tudo omni” deve ser uma realidade nas próximas décadas e as vendas de itens para consumidores digitais, com seus avatares, deve crescer. Os limites entre conveniência e automação também serão testados. Assim, é preciso pensar em que canais e momentos o consumidor deseja maior atenção e contato ou não.
Na seara da tecnologia, descentralização é a palavra de lei, segundo o estudo da Visa. O blockchain deve representar um novo paradigma para as redes, que poderão ser construídas e gerenciadas por um número muito maior de pessoas. A internet das coisas também entra nesse movimento, permitindo que o usuário amplie sua presença em diferentes contextos. A análise também indica um momento de transição em que o homem passa a ver seu corpo como porta de entrada para as informações, processo que teve início com o uso da digital. Com o crescimento dos dados, a discussão sobre sua propriedade só deve crescer.
Por fim, o estudo aborda o impacto das transformações na circulação do dinheiro e prevê valores mais conectados. “Você terá um dinheiro que não só circula mais no digital, mas é muito mais inteligente”, explica a Diretora de Inovação da Visa América Latina e Caribe. A moedas digitais aparecem nesse horizonte. A Visa, inclusive, já trabalha em 50 plataformas de cripto. Os micropagamentos devem romper as barreiras de games e aplicativos e encontrar novas e muitas maneiras de se estabelecer, assim como o open banking permitirá um mercado acirrado para as finanças. Com esse contexto, a pesquisa ainda destaca a investida e a relevância de grandes operações digitais, como Amazon, no ambiente financeiro e um desafio para os governos, que precisarão regular a maneira como esse dinheiro mais digital e conectado vai circular.
*Crédito da foto no topo: iStock
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