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Você pode adentrar no mundo dos NFTs e ainda ser ambientalmente consciente

Seguir com uma blockchain a prova de trabalho se a sustentabilidade for essencial para a missão da sua marca talvez não faça sentido


10 de junho de 2022 - 6h00

Por Max Pix, do AdAge*

NFT já foi escolhida como palavra do ano pela Collins Dictionary em 2021 (Créditos: Archy13/Shutterstock)

As marcas estão reconhecendo cada vez mais que os tokens não fungíveis (NFTs) podem fornecer maneiras inovadoras para envolver sua base fixa de fãs e para criação de oportunidades de novos fluxos de receita.

Mas, muitas vezes, fica a permanente questão de como trabalhar a experimentação de novas tecnologias (NFTs, criptomoedas, metaverso e similares) de modo compatível com iniciativas de sustentabilidade — dada sua reputação de contribuir para as emissões e impactar negativamente o meio ambiente.

Essa reputação causou reações dos consumidores. Um exemplo está no mundo do K-pop, em que algumas gravadoras enfrentaram protestos após o lançamento de produtos NFT. Mas os NFTs são ruins para o meio ambiente? Existem maneiras limpas de cunhar e vender NFTs?

Se você é uma marca que se alinha com a consciência climática, o alto consumo de energia não seria algo que pudesse ser simplesmente ignorado. Mas isso significa que você tem que pular os NFTs? A resposta curta é “não”, e aqui está o porquê.

Prova de trabalho X prova de participação

Os métodos tradicionais de cunhagem e verificação dos NFTs consomem, de fato, muita energia. Embora seja difícil estimar precisamente, a EY reporta que a transação média única de NFT produziu 48 quilos de dióxido de carbono (ou mais de 105 libras), o que é o equivalente à queima de 18 litros de diesel.

A grande maioria das transações atuais de NFT acontece no OpenSea, uma plataforma baseada em Ethereum. Em janeiro deste ano, ela teve o mês mais movimentado de todos os tempos, com um volume de negócios de quase US$5 bilhões.

Esse mercado americano de tokens conta com um sistema de comprovação de trabalho para validar transações, método reconhecido por exigir muito poder de processamento do computador. Uma transação média de Ethereum consome 60% mais energia do que 100.000 transações com cartão de crédito, de acordo com Statista.

Isso é um certo infortúnio porque os NFTs não são inerentemente ruins para o meio ambiente, mas sim a prova de um trabalho que é ruim para o meio ambiente. O OpenSea (e a maioria dos NFTs) foi construído nesta plataforma.

A boa notícia é que o Ethereum está em processo de transição para a prova de participação, um mecanismo alternativo usado para verificar novas transações de criptomoedas, evitando o custo computacional dos métodos de prova de trabalho. E os NFTs da Solana, cunhados na plataforma pública de blockchain de prova de participação, agora estão disponíveis para negociação no OpenSea para que as marcas tenham mais opções para experimentar a plataforma com menos impacto ambiental.
Plataformas de NFT eco-friendly

Ao usar a prova de participação em vez da prova de trabalho, o consumo de energia das transações de blockchain, como compra e venda de NFTs, é reduzido em cerca de 99%. Hoje, existem algumas plataformas que usam esse tipo de validação, sendo a Algorand e a Solana as principais.

Essa última, inclusive, também usa uma nova tecnologia chamada prova de história. De acordo com a empresa de consultoria financeira The Motley Fool, isso marca blocos de dados com timestamps e, como resultado, agiliza o processo de validação. As vendas de NFT na blockchain Solana ultrapassaram US$ 1 bilhão em volume total pela primeira vez no início de 2022.

A Algorand usa ainda outro método de verificação, a prova pura de participação, o que essencialmente significa que a influência de cada detentor de token depende de uma participação no sistema, e os usuários são selecionados aleatoriamente, independentemente de sua participação. Isso aumenta a natureza descentralizada e a segurança do blockchain, requerendo também energia ou eletricidade computacional mínima.

As marcas podem rapidamente construir e lançar seu próprio mercado NFT no blockchain Algorand usando o projeto de código aberto Algomart. Marcas como a empresa de mídia musical SPIN, a Drone Racing League e a Motorsport Games lançaram recentemente mercados NFT com a Algomart.

Alcançando o equilíbrio certo

A experimentação com NFTs é importante. Certamente, não é necessário para todas as marcas; mas os consumidores estão operando mais digitalmente do que nunca, então cabe às marcas encontrá-los por lá.

Mas, embora seja natural o desejo de ir para onde o público está – e o OpenSea é a maior opção disponível – não faria sentido seguir com uma blockchain de prova de trabalho se a sustentabilidade for essencial para a missão da sua marca.

Marcas como GAP, Kia, Honda e até mesmo NBA TopShot NFT, super popular no mercado, fizeram escolhas conscientes para usar blockchains de prova de participação — e elas não serão as únicas.

Também é importante que as marcas considerem o potencial impacto futuro ao experimentar NFTs. Ainda estamos nos primórdios dos NFTs e do metaverso. Vimos uma aceleração tão rápida nessa frente em 2021 que é irreal pensar que as primeiras versões dessas tecnologias acertarão totalmente. Os carros também eram extremamente ruins para o meio ambiente no início e ficaram cada vez melhores ao longo do tempo. Se não começarmos de algum lugar, não teremos nada para aprender.

*Tradução por Sarah Lídice

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