Wearables: será o fim dos smartphones?
Realidade Virtual será o novo meio para informação e comunicação
Realidade Virtual será o novo meio para informação e comunicação
Meio & Mensagem
16 de outubro de 2015 - 10h27
Por Jez Jowett, para o Advertising Age
Já faz um mês desde que a Apple atualizou a tecnologia do seu dispositivo de pulso para o WatchOS 2. Os usuários estão descobrindo que a Siri está mais inteligente, os novos relógios são muito legais e o QuickPlay torna mais fácil para colocar as suas músicas no aleatório.
Pessoalmente, eu não preciso de outro despertador na cabeceira da minha cama, então o modo nighstand não é necessariamente para mim. Mas de qualquer forma, a Apple Pay, acrescentando lealdade e cartões in-store agradaram a minha esposa, e eu estou gostando de me atualizar com as manchetes dos últimos meses e planejando o meu diário para o futuro.
No final do dia, porém, essas atualizações do Apple Watch são pouco mais do que truques de engenhocas, destinadas a aumentar o apelo de um relógio que ninguém precisa de verdade (eles já tem um Tag Heuer, um Rolex falso ou um G-Shock) e para distrair todo mundo de que ele é apenas uma máquina de notificações do seu celular.
Mas está tudo bem, na verdade. Está tudo bem porque os consumidores e os anunciantes precisam de mais razões – ainda que superficiais – para começar a abraçar a revolução dos dispositivos usáveis, porque os smartphones estão com os dias contados.
Sim, você leu certo. Ainda que a penetração do smartphone continue a aumentar e tenha a previsão de alcançar 34,2% do mundo até 2017, um declínio vai, em algum momento do futuro, começar.
Quando considerado lado a lado um futuro autônomo para a tecnologia wearable e uma mudança de comportamento que vai nos ver usando coisas como comandos ativados por voz para ligar telas holográficas, nós devemos incluir um dia em que um smartphone vai ser supérfluo frente às necessidades dos usuários. Mas não aceite a minha palavra, simplesmente. Vamos ver como as companhias de tecnologia já estão se preparando para esse admirável mundo sem telefones.
Enquanto o Samsung Gear VR e o Google Cardboard representam dois dispositivos integrados com os smartphones atualmente disponíveis para o consumidor, o mercado de sensores de realidade virtual vai começar a crescer significativamente com o lançamento dos headsets do Oculus Rift, o Project Morpheus, da Sony, o HTV Vive e o HoloLens, da Microsoft, a partir do ano que vem.
O mercado real para os headsets de realidade virtual começará com os gamers, mas nossas casas e os nossos carros vão ficar cada vez mais inteligentes, assim como as aplicações de todos os dias para esses dispositivos autônomos.
Um dia, nós vamos planejar as nossas jornadas por meio de um virtual headgear, usar um mapa de autoestrada holográfico para checar se há acidentes e então enviar dados diretamente para o painel do nosso carro, com um movimento da mão ou um comando de voz.
Os relógios estarão entre os primeiros wearables a substituir o telefone como um hub. A Apple entende esse movimento e é por isso, em parte, que a atualização do WatchOS 2 também tem Wi-Fi e uma independência completa do telefone.
O Apple Watch já está se ramificando por conta própria e encorajando desenvolvedores de aplicativos de marca a usar mais das capacidades do hardware do relógio para ajudar a cortar ainda mais o cordão umbilical com o iPhone.
Por exemplo, o Apple Watch agora pode mostrar vídeo e áudio, gravar e tocar mensagens de áudio e exibir animações. Uma torção na coroa digital do relógio agora pode controlar botões do software e caixas de menu dentro de apps de parceiros como PCalc e Weather Channel.
Dando acesso ao acelerador e monitor de batimentos cardíacos do relógio para os desenvolvedores, foi aberta a porta para aplicativos mais avançados de fitness e monitores de sono. Ao dar acesso aos desenvolvedores ao motor taptic (tecnologia que permite que os dispositivos deem um “tapinha” no pulso do usuário), o Apple Watch permite que as marcas realmente comecem a brincar com os sentidos dos usuários. Isso também permitirá novas e íntimas formas para nos comunicarmos nos futuro.
Por que usar o telefone para mandar mensagens ou o WhatsApp quando você poderia chamar a atenção de alguém dando um tapinha nele ou então mandar algo pessoal como a batida do seu coração?
Nossa confiança completa nos smartphones e o fato de que eles se infiltraram em cada aspecto das nossas vidas faz com que seja difícil imaginarmos um futuro sem eles. Mas esse futuro existe.
O conteúdo ainda passará de dispositivo para dispositivo e o conteúdo dos principais canais evoluirá para acomodar mensagens menos baseadas em telas e que sejam mais experimentos sensoriais. Os anunciantes e os desenvolvedores de tecnologia precisam começar a se planejar para o futuro hoje.
Jez Jowett é head global de tecnologia criativa do Havas Media Group
Tradução: Odhara Caroline Rodrigues
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