Winity se torna quarta operadora no Brasil com lote de 5G
Apenas 7 capitais estão preparadas para a tecnologia; VP da R/GA, Edson Sueyoshi, diz o que o padrão pode significar para o mercado publicitário
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Sergio Damasceno Silva
4 de novembro de 2021 - 13h01
A Winity II Telecom Ltda., ligada ao Fundo Pátria, venceu nesta quinta-feira, 4, a disputa pelo primeiro lote do leilão do 5G, o lote 1, na faixa de frequência de 700 MHz. Com isso, se torna a quarta operadora de telefonia móvel com autorização para oferecer o serviço em todo o País, ao lado de Claro, TIM e Vivo. Apenas três ofereceram lance para o lote. O lance mínimo para esse lote, previsto no edital, era de R$ 157.628.411,00. O valor pago pela Winity II, de R$ 1,407 bilhão, é 805% superior ao mínimo exigido pelo governo.
O leilão da 5G, o maior da história brasileira de faixas de frequência e um dos grandes do mundo, com viés não arrecadatório, e sim de investimentos em infraestrutura, está em disputa nesta quinta-feira, 4, por 15 empresas, lideradas pelas grandes teles Claro, TIM e Vivo (a Oi Móvel não participa porque está em fase de aquisição pelas três operadoras).
A despeito do volume e atenção despertados, apenas sete das 27 capitais brasileiras estão totalmente preparadas para a nova tecnologia de comunicações, conforme levantamento da Conexis Brasil Digital (antiga SindiTelebrasil), entidade que reúne as principais operadoras que atuam no País. A licitação prevê que as empresas comecem a oferecer o 5G até 31 de julho de 2022, mas o cumprimento desse compromisso e a qualidade do serviço dependem, também, dos próprios municípios. Assim, estariam mais preparadas para o 5G apenas Boa Vista, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Palmas, Porto Alegre e Porto Velho.
A avaliação da Conexis usa como referência a lei municipal de antenas de cada capital e o grau de aderência aos dispositivos da legislação federal sobre o tema, que é a Lei Geral de Antenas (LGA), de 2015. A necessidade de antenas para o 5G é maior do que para frequências como o 2G, 3G e 4G, e, embora a competência sobre a instalação de antenas seja da União, muitos municípios avançam sobre o tema ao impor restrições a esse tipo de equipamento por meio de leis sobre uso e ocupação do solo. Ainda segundo a Conexis, nove estariam em estágio intermediário de adequação: Cuiabá, Goiânia, João Pessoa, Macapá, Maceió, Manaus, Recife, Salvador e São Luís. E Belo Horizonte, Florianópolis, Rio de Janeiro e São Paulo foram citadas como cidades que ainda “estão trabalhando na alteração da legislação por leis mais modernas e aderentes à legislação federal”.
Em entrevista a Meio & Mensagem, o vice-presidente de tecnologia & produção da R/GA, Edson Sueyoshi, diz o que o 5G pode significar para o mercado publicitário e para a economia brasileira.
Meio & Mensagem – O leilão do 5G está atrelado à expansão da cobertura 4G em localidades não atendidas hoje em dia por esse padrão. Relatório Speedest Globa Index, da Ookla, indica que a velocidade da internet móvel do Brasil está abaixo da média mundial e, pelo menos, 9 milhões de brasileiros ainda não são atendidos pela 4G. nesse cenário, qual será o impacto da 5G, que deve ser focada, inicialmente, em capitais e para segmentos econômicos de nicho, como o agronegócio?
Edson Sueyoshi – Trazer a infraestrutura para a conectividade de dispositivos móveis, onde será possível oferecer internet rápida e confiável sem a necessidade de cabeamento físico, como fibra ótica.
M&M – Para a publicidade, qual deve ser o maior impacto da 5G, num momento em que se debate o metaverso e a possibilidade, com essa rede, de fazer eventos online com alto nível de realidade virtual e uso de inteligência artificial (IA)?
Sueyoshi – As ideias para mídia ou ativações que caem por falta de infraestrutura de conectividade em determinado local já terão maiores chances de serem concretizadas com a cobertura do 5G. Sem contar a ampliação de soluções que precisam de uma resposta em tempo real, em regiões cobertas com o 5G. Além disso, a alta velocidade e confiabilidade das conexões permitem também que um alto tráfego de dados em vídeo e A/R (realidade aumentada) de alta fidelidade sejam atendidas.
M&M – Em termos de macroeconomia, a cada padrão de internet móvel adotado, já foi comprovado o acréscimo ao PIB. O que se pode esperar com o desenvolvimento da tecnologia para os negócios e anunciantes?
Sueyoshi – Aumento de oportunidades para empresas de conectividade, fabricação e comercialização de equipamentos compatíveis com o 5G e de produção de conteúdo digital que explorem os benefícios dessa tecnologia, permitindo que marcas atinjam consumidores que tinham um grande obstáculo em oferecer uma experiência ideal por restrições técnicas.
M&M – Além das três teles – Claro, TIM e Vivo – mais 12 empresas concorrem às faixas do leilão desta quinta-feira. Na sua percepção, o que muda em termos de competitividade e oferta de redes?
Sueyoshi – Empresas com o know-how de conectividade – mesmo de porte limitado – seja por regionalidade ou estratégia de negócios, atraem investidores interessados nas oportunidades que o 5G vai oferecer ao mercado brasileiro. Isso abre possibilidades para diferentes ofertas nas regiões a serem cobertas.
M&M – O leilão brasileiro é um dos maiores do mundo em redes móveis. Qual é o impacto disso para a economia brasileira?
Sueyoshi – Tem o potencial de movimentar uma economia que, apesar da crise que acompanhou a pandemia, dá sinais de retomada e crescimento da atividade econômica. E novos investimentos em infraestrutura e serviços geram oportunidades de trabalho.
M&M – Diretamente para uso publicitário, o que você espera do padrão 5G?
Sueyoshi – O Brasil é um país continental e ter a devida cobertura de serviços de conectividade para todo o território é um problema. Se o padrão de 5G vai trazer possibilidades de alta conectividade em grandes centros, que traga também conectividade aceitável para o restante do país. Desta forma, já será possível escalar ou adaptar soluções digitais em eventos, ativações ou experiências mais imersivas, para diversas regiões brasileiras, impactando mais pessoas.
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