“A transformação digital de uma empresa tem uma dimensão cultural”
Andrea Rolim, CEO da Kimberly-Clark Brasil, falou no Maximidia sobre os desafios da transformação digital em um mercado cada vez mais amplo
“A transformação digital de uma empresa tem uma dimensão cultural”
BuscarAndrea Rolim, CEO da Kimberly-Clark Brasil, falou no Maximidia sobre os desafios da transformação digital em um mercado cada vez mais amplo
Caio Fulgêncio
5 de outubro de 2022 - 17h36
A CEO da Kimberly-Clark Brasil, Andrea Rolim, falou no Papo de CEO, na tarde desta quarta-feira, 5, durante o Maximídia 2022, que a transformação digital ainda é um desafio para a maior parte das empresas de bens de consumo. Para a executiva, diante da urgência imposta pela pandemia da Covid-19, as companhias percorrem caminhos para chegar à digitalização mais completa dos processos internos.
Andrea defendeu que, além da parte técnica, de implementação de tecnologias, o tema tem uma dimensão que afeta a cultura das organizações. “Uma empresa pode automatizar tudo, mas, se as pessoas não estiverem preparadas para mudar a forma que elas trabalham e para lidar com a questão digital mais robusta, não há sistema que resolva”, afirmou.
De acordo com a CEO, construir uma realidade digital em todos os setores requer das companhias o abandono de antigas práticas, em prol de sistemas direcionados para a busca de soluções baseadas em dados. “De alguma maneira, é preciso abrir mão do ‘jeitinho’ de fazer, permeando todas as áreas. Automação dos processos requer um olhar diferente”, acrescentou.
A performance com base em dados é uma tendência cada vez maior na relação entre a indústria e o consumo. Para Andrea, o novo jeito de tomar decisões pode ter aspectos ambivalentes. Por um lado, com o acesso a uma quantidade maior de números relevantes, é possível descobrir soluções melhores. No entanto, sem uma organização e um olhar especializado para construir inteligência, muitos processos acabam congelados, reduzindo a produção.
“Precisamos descobrir como modular a base de dados, que é um fato real, com o fator não-cognitivo das relações entre as pessoas. Ainda estamos descobrindo como fazer isso, mas o que não é cognitivo é o que vai garantir que com que continuemos tendo espaço no mercado”, disse.
Dentre as mudanças nos hábitos de consumo dos últimos anos, Andrea aponta que uma das mais relevantes diz respeito ao público mais jovem, que, atualmente, possui uma consciência maior em relação aos critérios para escolher um produto. O novo nível de exigência e as ofertas fragmentadas em diferentes canais exigem a adaptabilidade do mercado.
“Vejo um consumidor mais exigente e mais bem informado, com um poder enorme de comparação. Para a indústria, que está do outro dado, tentando descobrir qual a próxima grande inovação, é preciso ser muito mais sensível para essas capacidades que os jovens têm e essa fragmentação”, complementou.
Nesse contexto, ainda segundo a CEO, o poder da comunicação é amplificado para dar conta das demandas de consumo. “A comunicação é, mais do que nunca fundamental, porque a única maneira de conquistar um consumidor é através da marca. No final do dia, muita gente consegue entregar um produto com qualidade adequada. Então, precisamos conversar e envolver sem interrupção. Não dá para ser bem-sucedido sem uma comunicação muito bem definida”, finalizou.
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