Agências: capital nacional versus internacionalização da indústria
Guga Ketzer, da Suno United Creators, Gilherme Stefanini, do Grupo Stefanini, e Rodolfo Medina, do Grupo Dreamers falaram sobre o capital nacional no futuro das agências
Agências: capital nacional versus internacionalização da indústria
BuscarGuga Ketzer, da Suno United Creators, Gilherme Stefanini, do Grupo Stefanini, e Rodolfo Medina, do Grupo Dreamers falaram sobre o capital nacional no futuro das agências
Caio Fulgêncio
5 de outubro de 2022 - 14h21
As agências que investem em capital nacional são beneficiadas pela crescente internacionalização dos serviços de comunicação por meio das holdings multinacionais? O tema foi discutido nesta quarta-feira, 5, durante o painel “O papel do capital nacional no futuro das agências”, parte da trilha “Agências: Negócios e Criatividade”, do Maximídia 2022, por Guga Ketzer, CEO da Suno United Creators; Guilherme Stefanini, CEO da Haus e head de negócios do Grupo Stefanini; e Rodolfo Medina, presidente-executivo do Grupo Dreamers.
Para Medina, manter a independência do negócio em relação aos grupos internacionais facilita na velocidade da tomada de decisões, demanda que foi acelerada pela pandemia da Covid-19. “Ter liberdade para desenhar estratégias, com criatividade, faz com que sejamos mais eficientes para o cliente. É diferencial competitivo”, afirmou.
Stefanini, cujo grupo possui operações fora do País, concordou que estar mais perto dos clientes possibilita a criação de outros níveis de diálogo, o que resulta em melhores entregas. Nesse contexto, segundo o executivo, a estratégia é investir em equipes que consigam entender os contextos, inclusive, os times que trabalham em outros países.
“Ter a visão local, a autonomia e o diálogo fazem toda a diferença para o resultado do cliente. Esse é o maior marketing que podemos ter. Cada empresa tem uma identidade e isso gera resultados. Existe empresas que querem ser globais e outras que escolhem ser mais empreendedoras. Claro que, com uma holding internacional, a escalada é monstruosa, mas isso não está na nossa estratégia”, ressaltou.
Ketzer complementa que não se trata de qual formato é o mais funcional. Para ele, discutir modelos de agências, apesar de comum na indústria, é uma prática com pouca relevância, tendo em vista as diferenças de identidade e de visão de cada negócio.
O CEO da Suno defendeu a importância da diversidade de agências para a evolução do mercado. “A homogeneização não é interessante. No fim das contas, não é sobre capital nacional ou internacional, mas é sobre a liberdade de tocar o seu negócio e a sua ideia, de ter um propósito”, acrescentou.
Com o aumento das demandas dos clientes, tem se tornado comum as agências investirem de forma maciça na ampliação das disciplinas e apresentarem, sozinhas, serviços mais diferenciados. No entanto, conforme Medina, é importante reconhecer que nenhuma empresa é capa de oferecer tudo o que o mercado necessita. Por isso, as parcerias são indispensáveis.
“Se o cliente tem um problema que não sou capaz de resolver, eu preciso ter especialistas próximos para fazer a melhor entrega. Muitas vezes, não sou eu que consigo fazer. Por outro lado, temos coisas importantes no escopo. Então, acho que é muito mais sobre olhar para as dores dos clientes e não para as nossas”, falou.
Em concordância com Medina, Ketzer reforçou que o foco é responder aos desafios de cada entrega. “O pensamento precisa ser um pouco mais contemporâneo. Não é sobre um menu de serviços para oferecer, mas é sobre enxergar que cada cliente tem uma necessidade. Nesse campo, talvez faça sentido se associar a outras empresas para atender uma demanda”, disse.
“Os desafios das marcas mudaram e os problemas podem ter diversas soluções. Então, trazer gente junto para complementar é importante e manter o diálogo com o cliente, para achar o melhor modelo que se encaixe. É a questão de construir junto com a marca para atingir o resultado para ele”, completou Stefanini
Compartilhe
Veja também
Disney: como estratégias integradas e narrativas conectam marcas, fãs e negócios
Adriana Vendl, head ad sales & streaming na Disney, Daniela Lopes, head brand integration, e Giselle Ghinsberg, diretora ad sales & partnerships, explicaram as estratégias da companhia para se manter líder no mercado de entretenimento
Inovação criativa e conexões estratégicas: alternativas de marketing
Superintendente de marketing e mídia do Itaú, diretora de marketing sênior das marcas mainstream & economy e sócio e vice-presidente de crescimento da Cogna falam sobre redefinição de marketing nas empresas