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“Participamos do processo de bancarização do Brasil”, diz CEO do Bradesco

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“Participamos do processo de bancarização do Brasil”, diz CEO do Bradesco

Marcelo Noronha, relembrou participação da marca na bancarização do País em meio às oportunidades da transformação digital e desafios da comunicação com a população


2 de outubro de 2024 - 16h54

No início dos anos 2000, o Bradesco deu início a um processo de interiorização, começando pelo município de Autazes, no Amazonas. Ao lado da Cielo, a instituição passou a cadastrar estabelecimentos comerciais locais para uso do cartão de débito, utilizando gibis para educar a população sobre o uso do meio de pagamento.

Hoje, a instituição conta com mais de 35 mil pontos de venda com Bradesco Expresso, negócio de caráter B2B2C. “Participamos do processo de bancarização do Brasil brutalmente”, relembrou Marcelo Noronha, CEO do Bradesco, convidado para o Papo de CEO do segundo dia do Maximídia 2024.

bradesco

Marcelo Noronha, CEO do Bradesco (Crédito: Imagem Paulista/Edu Lopes)

Noronha salientou que o Brasil é um país já bastante bancarizado, com um acesso amplo a contas de pagamento e conta corrente. O movimento, segundo ele, foi muito potencializado pela chegada do Pix, em 2020.

Apesar disso, o desafio segue sendo o de penetrar ainda mais a população e disseminar a gama de produtos disponíveis atualmente, trabalhando junto a clusters para atender aos hábitos de todos os clientes.

Transformação digital

Ao longo dos anos, a maioria dos setores da economia se depararam com a transformação digital. A mudança, segundo Noronha, se intensificou nos últimos 15 anos e desafiou modelos de negócio, dentre os quais o próprio setor financeiro, que recebeu competidores distintos não só no Brasil — proporcionado muito por mudança regulatória significativa –, mas em todo mundo.

Apesar disso, o Brasil ainda não vê uma competição ampla em termos de conglomerados financeiros: “Para bancos como o Bradesco, Itaú e Banco do Brasil, não temos uma linha de receita. Não trabalhamos com um público só ou uma vertical monoline. São bancos que lidam com grandes, pequenas e médias empresas, pessoas físicas de menor e alta renda, high income clients, corretoras, assets, participamos de negócios de payment”, exemplificou.

Com o movimento de chegada de novos players, há uma imagem de que as fintechs são descoladas e modernas, enquanto os bancos tradicionais não são atualizados. Hoje, o Bradesco investe mais de R$ 7 bilhões por ano em tecnologia, em uma busca por uma relação sem fricção com os clientes.

Um dos efeitos colaterais do avanço tecnológico, contudo, são os ataques cibernéticos. A cibersegurança está no topo dos cuidados com risco, segundo Noronha. Todos os bancos incumbentes trabalham bem com a questão, dada a natureza do negócio, apesar da questão afetar diversas indústrias. Além disso, reforçou a necessidade do endurecimento da legislação para fraudadores e golpistas.

Tecnologia aplicada ao marketing

O líder abordou também tecnologias emergentes, como IA generativa e machine learning, como parte de um conjunto de oportunidades que bancos incumbentes têm de, de fato, desenvolver maior competitividade. “A generative AI vai se multiplicar de tal modo que vamos ver transformações colossais com os clientes, inclusive de one to one”, apontou, salientando a mudança da comunicação e a personalização como um ponto de diferenciação.

“Tudo o que comunicamos de maneira offline ou online afeta efetivamente a imagem do Bradesco”, endossou. “Falamos com a população brasileira inteira, com muito radicalismo, temos que ter um cuidado com isso pois todos são clientes”.

Perspectivas para 2025

Apesar dos desafios econômicos que o Brasil enfrenta, como a preocupação com o câmbio e o aumento da taxa de juros, existem boas notícias, como a perspectiva de crescimento do PIB em 3% e os níveis de desemprego em patamares baixos para os padrões brasileiros.

“Tenho uma visão otimista com pé no chão, pois sabemos das oscilações que vivemos no Brasil. O que torcemos no final das contas é que tenhamos uma sociedade mais justa, menos pobre, com mais segurança e mais emprego”, finalizou.

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