Cultura e independência: a reconfiguração do mercado de agências
Líderes da Africa Creative, Galeria.ag e Grupo Dreamers debatem as recentes mudanças no modelo de negócio publicitário e seus impactos na indústria
Cultura e independência: a reconfiguração do mercado de agências
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Taís Farias
3 de outubro de 2023 - 15h03
Galeria.ag, Grupo Dreamers e Africa Creative. Três companhias com modelos de negócio diferentes. Enquanto a Galeria é uma agência independente criada por profissionais que estavam no contexto de grandes holdings, o Grupo Dreamers se apresenta como um grupo de comunicação nacional. Já a Africa, em abril, quando adotou o complemento Creative, assinou um novo contrato com o grupo Omnicom.
Embora a multinacional continue majoritária, Marcio Santoro e Sergio Gordilho assumiram participação na companhia e maior controle sobre as decisões. Juntos, os líderes dos três projetos debateram as mudanças nas dinâmicas de negócios entre clientes e agências e a revitalização do empreendedorismo local.
“Hoje, quando olho para o mercado, acho que estamos chegando em um equilíbrio mais interessante”, aponta Eduardo Simon, CEO da Galeria.ag sobre a composição das agências entre independentes, parte de grupos internacionais, boutiques criativas, etc.
A partir da experiência da Africa Creative, o CCO e copresidente Sérgio Gordilho defende que as relações com as holdings precisavam ser revistas. Ele explica que, no passado, as agências se formavam em torno de um criativo. Posteriormente, eram vendidas para os grupos e a figura inicial do fundador se perdia.
“As relações precisam de tempo. Nós temos que perenizar”, defende o COO. Nesse sentido, se no passado, a parceria com as holdings era atrativa por trazer clientes e contas para as agências, hoje, a grande moeda de troca seriam as tecnologias proprietárias.
Para Rodolfo Medina, presidente do Grupo Dreamers, a contrapartida aos grupos internacionais é poder oferecer um modelo com maior velocidade e atrair talentos que podem crescer dentro do seu ecossistema. “O Grupo Dreamers só é isso hoje porque soube eleger talentos e estimular que fossem nossos sócios. Esse é um modelo difícil para quem é burocratizado”, reflete o executivo.
Eles também debateram a divisão das contas entre mídia e a criatividade e a entrada de empresas estrangeiras focadas na entrega de mídia, que contrapõe o modelo full servisse. “Eu vejo a fragilidade quando você encara compra de mídia como uma disciplina estanque”, aponta Simon. Ele acrescenta: “Hoje, uma boa apresentação é quando o cliente não entende a departamentalização da coisa”.
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