O cenário econômico sob a ótica das holdings de comunicação

Sergio Damasceno Silva
29 de setembro de 2023 - 18h45

Mark Read, do WPP; Philippe Krakowsky, do IPG, e Arthur Sadoun, do Publicis Groupe, participam do Maximidia 2023 (Crédito: Divulgação)

O Maximídia, que acontece nos dias 3 a 5 de outubro, no hotel Unique, em São Paulo, receberá, entre os convidados, os CEOs Arthur Sadoun, do Publicis Groupe, Mark Read, do WPP, e Philippe Krakowsky, do IPG. Os três executivos participam, durante os três dias, da trilha Conexão Global, que ocorre, diariamente, entre 9:35h e 10:05h. Os CEOs serão entrevistados online pela editora Isabella Lessa na abertura de cada dia do evento.

Entre as pautas abordadas nas entrevistas, deverão estar os cortes no orçamento de marketing das empresas e as incertezas macroeconômicas globais, o que impacta diretamente nos resultados das holdings de publicidade. As cinco maiores holdings do mundo, em função disso, reviram para baixo as previsões de crescimento para este ano.

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Reportagem recente de Meio & Mensagem apontou que, com exceção do Publicis Groupe, os demais grupos que compõem as cinco maiores holdings globais — WPP, Omnicom, Interpublic e Dentsu — fizeram previsões pouco otimistas para o ano. O Publicis Groupe, que se destaca dos demais nos números, registrou ampliação de 7,1% da receita orgânica no segundo trimestre deste ano. A estimativa é que o grupo encerre o ano com crescimento orgânico de 5%, apesar de Arthur Sadoun, CEO da companhia, ter alertado para o freio sobre alguns projetos de business transformation, que está entre as apostas da holding.

Já o WPP, que no início do ano havia feito projeções de expansão na receita em até 5%, reduziu as previsões para algo entre 1,5% e 3%. No primeiro semestre, o WPP cresceu 2,9% no primeiro trimestre, 1,3% no segundo e, na primeira metade do ano, 2%.

O IPG também recuou nos meses de abril, maio e junho: relatório do grupo apontou queda de 1,7%, depois o de 0,2% no primeiro trimestre e, agora, prevê alta de 1% a 2% para o ano em exercício.

As três holdings, no entanto, têm reagido, sobretudo com esforços voltados à inteligência artificial (IA). O WPP, por exemplo, apontou que parcerias com empresas como Adobe, Google, IBM, Microsoft e OpenAI têm adquirido escala. Para marcas, tem feito trabalhos impulsionados por IA para clientes como Nestlé, Nike e Mondelez. “IA será fundamental para o sucesso do WPP e estamos comprometidos a abraçar isso para direcionar valor e crescimento de longo prazo”, afirmou Read, no relatório financeiro da holding. A IA é importante tanto para trabalhar com marcas quanto para os próprios braços de tecnologia das holdings: é o caso do Publicis Groupe, cujo desempenho melhorou com suas empresas Epsilon e Sapient; do WPP, com o GroupM; e do IPG, com a Acxiom.

Além dos CEOs das holdings, Maximídia terá mais convidados internacionais como o vice-presidente e analista-chefe da Forrester Research, Dipanjan Chaterjee, que abordará como as estratégias de crescimento são particularmente difíceis no mundo economicamente desafiador e socialmente polarizado, no qual as marcas precisam criar relações duradouras e legítimas com stakeholders. E como isso se reflete no trabalho do CMO. Já o analista-chefe da Insider Intelligence, Paul Verna, explorará os dados mais recentes de investimentos em publicidade no Brasil e na América Latina, com destaque para TV, vídeo online, redes sociais, retail media, busca, out-of-home (OOH), rádio e impresso, e compartilhará insights sobre as tendências de consumo. E a CEO da Xlabs, Radhika Dirks, fará palestra sobre as implicações humanas da inteligência artificial (IA) e o que isso significa para o futuro da sociedade. Na abordagem sobre o tema, Radhika fala sobre o que define como “três ondas de IA generativa” — a explosão da criatividade, o mundo das ilusões e a corrida para a intimidade.