Philippe Krakowsky, do IPG: valorização da mídia e colaboração

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Philippe Krakowsky, do IPG: valorização da mídia e colaboração

CEO do Interpublic Group reforçou importância de encontrar equilíbrio entre competências de dados e tecnologia e frente criativa


4 de outubro de 2023 - 13h20

No comando do Interpublic Group há três anos, Philippe Krakowsky tinha uma ascensão esperada. O executivo coordenou funções de comunicações, desenvolvimento de negócios, estratégia e talentos durante 18 anos antes de assumir o cargo de CEO do IPG. Em entrevista, durante o Maximídia 2023, Krakowsky afirmou que as mudanças realizadas no grupo desde sua chegada respondem a um ambiente de tecnologia e mídia mais complexo.

Philippe Krakowsky

Philippe Krakowsky, CEO do Interpublic Group  no Maximídia 2023(Crédito: Eduardo Lopes/ Imagem Paulista)

Nesse sentido, as integrações teriam como objetivo oferecer soluções mais simples e conectadas para um mercado guiado por dados. Em 2021, a Mediabrands assumiu a gestão da agência de publicidade MullenLowe no Brasil. A movimentação fechava a estratégia de ter a rede como uma oferta full service no País. O IPG ainda lidera redes como McCann e FCB.

Além da integração, a mudança era também um aceno para o investimento em companhias com expertise em mídia. “A mídia, claramente, se tornou mais importante na última década”, reconheceu o CEO do IPG. Para ele, essa valorização seria um reflexo do impacto da digitalização e a multiplicação de canais que trouxeram mais complexidade, assim como as mudanças no comportamento do consumidor.

Ainda assim, ele reforçou a importância entre encontrar um equilíbrio entre as competências de dados e tecnologia e a frente criativa. “As pessoas criam sentido a partir do stoytelling”, analisou Krakowsky.

Divisão entre mídia e criatividade

Cada vez mais, o mercado brasileiro discute a divisão das contas de mídia e criação, com o investimento das holdings globais e a chegada de ferramentas de tecnologia proprietárias. O movimento também instiga a discussão sobre o modelo brasileiro de negócio e execução que, tradicionalmente, lidou com as disciplinas de forma integrada.

Enquanto a indústria local pensa essas divisões, Krakowsky destaca que mercados internacionais estão exatamente buscando maneiras de conectar as disciplinas e que os modelos não precisam ser opostos, mas atender as necessidades específicas de cada cliente.

Isso exige, naturalmente, um senso maior de cooperação dentro das empresas, mas também entre as companhias. “É necessário um time maior do que já foi no passado”, defende o executivo.

Desempenho do IPG

O Interpublic Groupe reportou crescimento no ano passado, com sua receita subindo 7%. Em outubro de 2022, quando divulgou suas previsões de crescimento para o ano, a holding estimava que sua receita seria de 2% a 4% maior. Na época, o CEO declarava esperar instabilidades econômicas neste ano.

Entre elas, segundo Krakowsky, estariam questões geopolíticas, a inflação pós-pandemia e os próprios desafios das empresas de tecnologia. No Maximídia, o executivo definiu o desempenho da holding como alinhado com a economia a partir de uma análise macroeconômica. Já quando o assunto são as tecnologias que podem representar receitas emergentes, o líder do IPG definiu como “inegável” o crescimento das ferramentas de mídia programática.

“O número de canais que existe no mundo digital vai continuar crescendo e a complexidade também”, explicou o executivo sobre os vetores de crescimento da programática. Ele ainda destacou que, cada vez mais, os clientes exigem clareza sobre o retorno dos seus investimentos.

Quando o assunto é inteligência artificial, o momento seria de experimentação e todas as verticais da rede estariam explorando suas possibilidades. Nesse sentido, Philippe Krakowsky aposta na IA generativa como uma ferramenta poderosa também para a criatividade. “Você pode criar mais ideias e mais rápido”, afirmou.

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