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Rock in Rio: segredos da plataforma global de música e negócios

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Rock in Rio: segredos da plataforma global de música e negócios

Luis Justo, CEO do Rock in Rio fala sobre a construção do festival como uma plataforma que conecta fãs, artistas e marcas


3 de outubro de 2024 - 14h28

CEO do Rock in Rio falou sobre a relação do festival com as marcas e com os fãs (Crédito: Eduardo Lopes / Imagem Paulista)

CEO do Rock in Rio falou sobre a relação do festival com as marcas e com os fãs (Crédito: Eduardo Lopes/Imagem Paulista)

No dia 11 de janeiro de 1985 o público brasileiro pôde escutar, ao vivo, a canção Love of my Life, do Queen, na voz de Freddie Mercury. A apresentação da banda britânica marcou o primeiro dia do Rock in Rio, festival que hoje, em 2024, completou 40 anos e que já se tornou uma plataforma global.

O show, considerado um dos mais icônicos da banda e do festival, colocou o Brasil na rota da música internacional, após um período de tensões políticas no País. Desde então, foram 24 edições, com mais de 4 mil artistas, passando por países como Portugal, Espanha e Estados Unidos, além do Brasil.

Com o passar dos anos e a evolução dos festivais internacionais e nacionais, o Rock in Rio viu nascer a oportunidade de se tornar uma plataforma global que conecta, além de fãs e artistas, também marcas.

A edição que marcou seus 40 anos, por exemplo, contemplou em sua estrutura 85 marcas e mais de 100 experiências. Além disso, gerou mais de 300 produtos licenciados com a marca Rock in Rio. Essas ações são pensadas pela organização, juntamente com os anunciantes, desde o começo do planejamento.

No entanto, apesar de ter o festival que acontece no Rio de Janeiro como carro-chefe, a Rock World, empresa do Grupo Dreamers que cuida do festival, também tenta levar essa estrutura e planejamento para outros eventos, como The Town e Lollapalooza.

“Temos um ano planejando e observamos o ponto de vista da construção de experiências e layout, sobre como essas marcas estarão distribuídas. Temos no nosso time a área de Rock reactor com engenheiros, arquitetos e visual designers para pensar na construção dessa experiência”, afirmou Luis Justo, CEO do Rock in Rio, no palco do Maximídia na tarde desta quarta-feira, 2.

Tecnologia e globalização

Para contemplar essa relação, o Rock in Rio mantém em seu DNA dois pontos que são cruciais para a construção do evento: tecnologia e sustentabilidade. No primeiro aspecto, a organização procurou evoluir de acordo com a evolução do segmento. Isso vai desde a compra do ingresso, a forma como esse ingresso chega ao consumidor – saindo de um ticket de papel, passando por uma pulseira de QR Code, até o acesso 100% digitalizado – até a experiência dentro da Cidade do Rock.

“Seja do ponto de vista de tecnologia de acesso, seja do ponto de vista de captação e compreensão, é a partir dos dados que podemos reverter o conhecimento do cliente e aplicação disso no futuro pra melhoria da experiência”, afirmou Justo.

Por isso, a Cidade do Rock, lugar que recebe o evento, é pensada para atender as mais de 100 mil pessoas que passam pelo evento. Segundo o CEO, essa concepção começa nos entornos do local, com a questão de transporte e passam por aspectos como sustentabilidade e amplificação da diversidade e ações sociais. As estratégias da organização visam não impactar o trânsito, por isso há o incentivo que as pessoas cheguem lá de transporte público ou aplicativo.

A respeito da estrutura, Luis chama atenção para os banheiros. Um dos princípios do Rock in Rio é não usar banheiros químicos, optando apenas com estruturas hidráulicas instaladas. Como o número de pessoas que passam por lá é muito alto, em cada unidade foram instalados painéis de led que medem o número de ocupantes naquela unidade. Daí entra a tecnologia de novo, em que as pessoas podem buscar e encontrar qual é o banheiro mais próximo deles.

O CEO afirmou que existe um planejamento voltado a esses aspectos. “Queremos que a Cidade do Rock seja um modelo de cidade inteligente e segura, onde as pessoas convivem em paz. Não temos polarização. Mas para isso funcionar preciso um cuidado contínuo de infraestrutura e planejamento”.

Isso culmina na presença de artistas de fora do País e numa infraestrutura que é levada para outros lugares do globo, deixando a marca Rock in Rio globalizada, além de abrir conversas com o público, que se sente confortáveis em pedir que seus artistas favoritos estejam no line-up do festival.

Para Luis, isso já transforma o Rock in Rio e seus eventos derivados, como o The Town, em uma plataforma musical contínua para os anunciantes.  “As marcas também começam a poder olhar para o nosso evento como uma plataforma de música onde ela consegue estar também de uma forma mais perene e presente não só no Rock in Rio, a cada dois anos e colocar isso dentro dos planejamentos”, completou.

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