“Ser artista não é apenas cantar, é participar de decisões”, diz Thiaguinho
Cantor e compositor, Thiago André Barbosa, o Thiaguinho, viveu diversas fases da evolução do consumo musical e se tornou expoente do pagode no Brasil
“Ser artista não é apenas cantar, é participar de decisões”, diz Thiaguinho
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Valeria Contado
4 de outubro de 2024 - 11h19
Dono de hits como Tá Vendo Aquela Lua, Falta Você e Ousadia & Alegria, Thiago André Barbosa, o Thiaguinho, vive a música desde muito cedo. Filho de mãe cantora e pai radialista, o hoje cantor e compositor passou por diversas fases do contexto musical até se tornar empresário.
Após participar do reality show musical Fama, da Globo, em 2002, Thiaguinho se uniu ao grupo musical Exaltasamba, onde lançou inúmeros álbuns em forma de CD, que eram o principal meio de consumo na época, juntamente com o rádio. Com o tempo, viu os formatos evoluírem. Juntamente com a expansão da utilização do aparelho de DVD, viu nas gravações de shows uma nova oportunidade.
Hoje, vive sua carreira solo uma era digital e de projetos que promovem experiências para quem consome sua música. O cantor explica que essa mudança de formato também alterou a forma como as pessoas consomem a música, deixando tudo mais dinâmico e mais rápido.
“Antes as pessoas ficavam um ano consumindo um álbum. Hoje, após seis meses, elas já querem saber dos próximos lançamentos. A competitividade também aumentou e a forma de consumir isso com certeza interfere em como nos comportamos enquanto músicos”, disse durante o painel que fechou a programaçao do Maximídia 2024, nesta quinta-feira,3.
A evolução da música aconteceu juntamente com seu crescimento enquanto artista, levando Thiaguinho a criar uma empresa para gerenciar a sua carreira. É através da Paz e Bem Entretenimento que o cantor desenvolve os seus projetos e parcerias. A empresa também é sua gravadora e editora.
Essa foi uma necessidade que surgiu do desejo de ter mais independência, além de conseguir tomar mais decisões. “Quando comecei a cantar não entendia nada de gestão, mas ser artista não é apenas cantar, é participar de decisões. Em 2016 senti a necessidade de tomar as rédeas da minha carreira”, afirmou.
Com isso, Thiaguinho começou a criar projetos mais densos, como o Tardezinha. O circuito de shows começou de forma intimista e ganhou grandes proporções maiores, sendo levado a apresentações em estádios em quase todo Brasil e com um circuito internacional levando mais de 50 mil pessoas para as arenas de shows em cada apresentação. Até a última edição, o projeto já havia passado por Portugal e Estados Unidos, a edição 2025 contemplará Austrália e Angola.
Apesar de atuar diretamente junto com suas marcas parceiras, o Tardezinha é, hoje, a principal plataforma comercial do cantor. Para a edição 2025, o projeto já conta com 15 marcas que estarão presentes no Tardezinha apoiando na construção do novo projeto, bem como nas iniciativas que envolvem sua concepção. O cantor afirma que, além do dia e dos momentos dentro do show, o evento promove uma relação próxima com as marcas no entorno.
Para Thiaguinho, essa é uma relação de troca de confiança. “É você emprestar a sua imagem e tudo o que você construiu, enquanto a marca confia nisso e espera ser representada. Temos essa conexão de ideias”, avaliou.
Com mais de 10 milhões de seguidores no Instagram, Thiaguinho também enxerga as redes sociais como uma janela para se conectar com os fãs. O cantor afirma que passou por um processo de adaptação e de estar mais exposto e diz que entende a curiosidade que as pessoas têm de conhecer mais da sua vida pessoal. “Hoje em dia temos o nosso canal para falar as coisas. Hoje posso ligar meu celular para falar sobre as coisas que eu penso, ou esclarecer alguns assuntos”, disse.
Outros aspectos também mudaram a forma como Thiaguinho se relacionava com alguns assuntos, como por exemplo o posicionamento sobre assuntos importantes como é o preconceito musical e o racismo.
O cantor contou que durante sua infância falar sobre esses assuntos era um tabu. “Era tenso para mim e para as pessoas”, afirmou. No entanto, hoje ele fica feliz e aliviado de poder falar sobre isso.
“Seria hipocrisia dizer que não existe preconceito. Os gêneros mais populares enfrentam isso ao logo do tempo, o samba é uma potência grande, não só artisticamente. O samba sempre foi enfrentando barreiras transparentes, na vida, mas é algo que temos que seguir”, avaliou.
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