Suzanne Powers: o poder da liderança pela estratégia
Global President e CSO da McCann Worldgroup subiu ao palco para falar sobre estratégia, valor das pessoas nos negócios e oportunidades para marcas nos tempos atuais
Suzanne Powers: o poder da liderança pela estratégia
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Giovana Oréfice
5 de outubro de 2022 - 11h02
Suzanne Powers carrega consigo um currículo de peso que envolve passagens por grupos como TBWA e CP+B. No McCann Worldgroup desde 2013, ano em que ingressou como global CSO, a executiva foi nomeada presidente global do grupo no final de 2020. Além disso, foi homenageada como Creative Strategy Person of the Year pelo Advertising Age.
Todos os títulos resultam em uma profissional de criatividade com a responsabilidade da liderança em suas mãos. Em passagem pelo Brasil para a participação no Maximídia, a executiva mergulhou nas percepções acerca do cenário atual da indústria publicitária, importância de lidar com pessoas, implicações da crise sobre o ecossistema e, claro, como entregar um bom trabalho aos clientes em meio a uma turbulência de acontecimentos.
“Muito do meu trabalho como presidente tem sido ensinar fazendo, trabalhando com nossos times, atuando na resolução de grandes problemas dos clientes, mergulhando nos negócios e também monitorando nossos colaboradores constantemente – seu bem-estar e vendo se estão tendo um balanceamento em seu trabalho”, comentou Suzanne quando questionada sobre sua atuação no novo posto desde 2020, ano em que assumiu a cadeira durante o auge da pandemia.
Ela destacou que as pessoas são o maior ativo do grupo, salientando que um benefício da crise pôde ser observado na maior valorização do capital humano, aliando o acompanhamento das equipes à tecnologia, com o desenvolvimento de plataformas de trabalho para acompanhamento e coaching, por exemplo, como a chamada Solution Room, em que todos os funcionários tinham acesso a um local específico para registro de problemas e desafios. Suzanne acompanhava de perto as queixas para notar padrões e, consequentemente, agir na resolução. “[A crise] também nos deu a oportunidade de reinventar, inovar e repensar a maneira como trabalhamos”, reforçou.
O tema “pessoas” surgiu também em forma de questionamento sobre as ondas de demissão e o fenômeno do quiet quitting. Neste sentido, a presidente apontou que um dos caminhos para evitar tais tendências é ouvir mais e reagir mais rapidamente. Em relação a ações práticas, a McCann instaurou um dia específico em que a empresa é fechada a fim de realizar workshops de soluções e iniciativas para criar condições de inclusão consciente em todas as frentes de trabalho. Este é o quarto ano consecutivo em que o evento acontece.
“Estamos vendo uma mudança sísmica na forma como o talento aborda nossa indústria e nossos negócios. E temos que resolver isso, temos que fazer desta uma indústria da qual as pessoas estejam animadas em fazer parte, que elas também queiram participar da criação do futuro”, afirmou.
Atingir posições como a de Suzanne requer um planejamento estratégico. Ao mencionar o prêmio recebido pelo Ad Age, a executiva dividiu com o público do Maximídia uma parte do que a levou até sua situação atual: “Eu segui os maiores criativos e busquei trabalhos que eles fazem ou que considero incríveis e inspiradores para mim como ser humano. Eu literalmente procurei por empregos em que queria trabalhar com determinadas pessoas. Eu aprendi muito cedo que os estrategistas simplesmente fazem a estratégia acontecer”, revelou.
Atualmente, a estratégia no modelo publicitário brasileiro tem sido amplamente debatida, sobre se a criatividade deve ser separada – ou não – da mídia. Na opinião de Suzanne, essa não é uma boa ideia em grandes termos, contudo entende que existem razões financeiras pelas quais isso acontece. Ela recomenda que, à medida em que a separação ocorra, as agências devem fazê-la de forma intencional, consciente e gradativa. Principalmente, no Brasil, é preciso ter cuidado, alerta.
Entrando mais a fundo no universo das marcas, a CSO classifica que o balanceamento entre resultados imediatos e os de longo prazo são um dos principais desafios para agências e anunciantes. Contudo, para a presidente, a grande saída é ajudar marcas a terem um papel significativo na vida de seus consumidores e, de fato, ajudá-los.
Essa mesma estratégia é importante para o que a indústria deve continuar enfrentando em breve, em um cenário de crises que ainda permanecem, como os resquícios da pandemia e a guerra na Ucrânia e que vem gerando implicações não só financeiras, mas sobretudo, humanitárias.
“Não consigo afirmar ou simpatizar o suficiente com o que os clientes e agências estão passando novamente, é uma crise multidimensional”, disse. “As marcas têm a oportunidade de realmente mudar o bem-estar das pessoas, mesmo que seja em coisas simples, como entregar o que dizem. Enfatizo novamente que precisamos continuar apoiando o marketing, porque é assim que as pessoas descobrem o que precisam, como viver suas vidas”, completou.
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