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TV 3.0: como a Globo está preparando o futuro da televisão aberta?

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TV 3.0: como a Globo está preparando o futuro da televisão aberta?

A TV 3.0 pretende solucionar os problemas de instabilidade de conexão, delay de transmissões ao vivo e segmentação dos usuários


1 de outubro de 2024 - 17h23

Manzar Ferrer, Eliana e Tati Machado no painel "Tudo o que você precisa saber sobre TV 3.0 e não tinha para quem perguntar" no Maximídia 2024

Manzar Ferres, Eliana e Tati Machado no painel “Tudo o que você precisa saber sobre TV 3.0 e não tinha para quem perguntar” no Maximídia 2024 (Crédito: Eduardo Lopes/Imagem Paulista)

Nesta terça-feira, 1, durante o primeiro dia do Maximídia, as apresentadoras Eliana e Tati Machado trouxeram a respostas sobre a TV 3.0. No painel da Globo “Tudo o que você queria saber sobre a TV 3.0 e não tinha para quem perguntar” trouxe atualizações sobre a empreitada da emissora.

No palco, a diretora de negócios integrados em publicidade da Globo, Manzar Feres, apresentou os planos da empresa para o futuro da TV aberta. Além disso, no palco, a Globo também apresentou sua mais recente campanha institucional: “Marca sem conteúdo não marca”.

No horizonte da publicidade, a hiper segmentação aparece entre os principais resultados que a TV 3.0 tem para oferecer às marcas. A Globo mostrou no palco os primeiros protótipos de como irá funcionar a interação na plataforma. Ao lado direito das telas de televisão é onde acontecerá a interação mais direta, como enquetes e informações que complementem à experiência do telespectador.

Um dos exemplos citados foi as votações do Big Brother Brasil ou em grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo. Além disso, as marcas vão poder direcionar seus anúncios com integrações que possam permitir compras imediatas, como conexões com apps de comida.

Qual o impacto da TV 3.0 para marcas?

De fato, a TV 3.0 tem a possiblidade de amplificar a acuracidade e tornar as campanhas mais efetivas às estratégias de negócio. Nesse cenário, a publicidade contextualizada aos perfis e geolocalizações do consumidor estão entre as possibilidades de estratégia para os anunciantes.

Segundo Manzar, em São Paulo, ainda não é possível segmentar os distritos da cidade a partir da quebra da transmissão de broadcast atuais. Porém, com a TV 3.0 isso será possível. “A TV hoje só fala com as pessoas, não escutamos as pessoas. A TV 3.0 não é a mesma coisa que a TV conectada, mas é um passo além”, comenta Manzar.

Como as marcas vão chegar nos usuários?

Apesar disso, a Globo já executa testes, em algumas regiões de São Paulo e Rio de Janeiro, que receberam o nome de TV 2.5. Por ter mais de 140 milhões de Globo ID – identificadores de usuários únicos – a Globo consegue direcionar algumas campanhas. Esse sistema de segmentação é chamado de dynamic ad insertion (DAI), que é a publicidade via perfis logados.

Manzar exemplifica: se uma marca de beleza quer exibir uma campanha tanto para homens quanto mulheres no intervalo da novela, ela vai poder trabalhar individualmente em cada aparelho conectado com a ID.  Apesar da TV 3.0 não demandar que os usuários estejam logados para receberem conteúdos personalizados, a Globo quer incentivar isso. Segundo Manzar, o objetivo é que haja um modelo simplificado de login e cadastro que não assuste o usuário.

Quais os desafios da TV 3.0?

De acordo com a executiva, a Globo está apenas aguardando que a tramitação da legislação seja concluída para que seja possível colocar em prática todas essas iniciativas. No primeiro semestre, o presidente Lula publicou diretrizes para TV 3.0 que direcionam para a evolução do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD-T).

De fato, a empresa tem trabalhado junto com as concorrentes e com o governo para a integração do aplicativo DTV+. Nesse app, que já seria integrado com as smart tvs, o usuário terão acesso a uma segunda homepage com os apps de todas as emissoras de sinal gratuito.

Apesar da TV conectada já permitir diversas possibilidades, se comparada com a TV aberta, a internet ainda é instável. Principalmente, em decorrência da conectividade de milhões de aparelhos e do delay que acomete as transmissões ao vivo. “Não há uma infraestrutura de internet no mundo hoje que permita segurar 50 milhões de pessoas assistindo simultaneamente”, comenta. Com a TV 3.0, por outro lado, será possível redirecionar automaticamente esses usuários da internet para a broadcast.

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