A publicidade brasileira em 1985, o ano de Stranger Things 3
Na época em que se passa a 3ª temporada da série da Netflix, agências nacionais subiram a qualidade das campanhas e chamaram mais a atenção em Cannes
A publicidade brasileira em 1985, o ano de Stranger Things 3
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BuscarNa época em que se passa a 3ª temporada da série da Netflix, agências nacionais subiram a qualidade das campanhas e chamaram mais a atenção em Cannes
Thaís Monteiro
4 de julho de 2019 - 6h00
Nesta quinta-feira, 4, a Netflix estreia a terceira temporada da série original Stranger Things. A trama trata de um grupo de crianças e adolescentes em Hawkins, Indiana, que descobrem um “mundo invertido”, repleto de fenômenos sobrenaturais que impactam a sua realidade. A terceira temporada deve focar nas relações entre os protagonistas, que estão se tornando adolescentes, além da luta contra as criaturas sombrias dos anos anteriores.
A série se passa na década de 1980 e, nesta terceira temporada, especificamente em 1985, e reforça uma tendência nostálgica em conteúdo, comunicação de marcas e lançamento de produtos. Este ano, para divulgar a nova temporada, a Netflix criou um aplicativo que exibe cenas exclusivas da série ao entrar em contato com Bombril, como muitas vezes se fazia para melhorar o sinal da antena em televisores antigos.
Em 1985, a cidade de Hawkins, na série, recebeu seu primeiro shopping. Pelo Brasil, no mesmo ano, o Meio & Mensagem passou de quinzenal para uma publicação semanal, apresentando matérias analíticas, reportagens aprofundadas, “tudo aquilo que sempre foi comum nas páginas deste jornal. Mas agora acrescentaremos uma cobertura ágil do dia a dia do negócio publicitário no País”, como anunciado na época.
Naquele ano, a televisão se tornou um meio relevante na cobertura jornalística em tempo real pós-Diretas Já, seguindo com a morte de Tancredo Neves e a Nova República. Sendo assim, telespectadores passaram a cobrar das emissoras de TV uma participação mais ativa e as emissoras passaram por um processo de adequação de suas grades de programação para atender a demanda do público. “A TV funcionará como tribuna, a fim de que prevaleçam as ideias em lugar das pessoas. O sujeito que não tiver densidade será liquidado por ela”, afirmou Leopoldo Collor de Melo, diretor de jornalismo da TV Manchete em São Paulo à época. Ainda em 1985, o Congresso estabeleceu que o espaço reservado em rádios e TVs para o horário de propaganda eleitoral deveria ser gratuito, contrariando empresários da radiofusão.
A informática começava a ficar mais acessível. Anteriormente, apenas agências que tinham computadores de grande e médio porte conseguiam usar a tecnologia para facilitar o trabalho dos mídias. Em 1985, a Sistemas Planejamento e Análises, empresa que desenvolvia softwares para propaganda, levou um sistema de mídia para microcomputadores, o que proporcionou o acesso para agências de porte menor.
“Apenas sete das principais praças brasileiras apresentam relatórios cujas audiências são medidas por programa (de TV) apresentado. Assim, o mídia é obrigado a fazer, manualmente, os cálculos de média aritmética das audiências para cada programa. A função do software é justamente tirar das mãos do profissional o lado mecânico do trabalho. Fica a cargo do mídia determinar ao computador qual o critério para o estudo (gênero, GRP ou custo por mil). A máquina apresenta o ranking em tempo real dos programas”, explica a matéria publicada no Meio & Mensagem sobre o lançamento.
Também em 1985, o grupo Young & Rubicam do Brasil se fundiu com a agência Fischer & Justus, resultando na Fischer, Justus, Young & Rubicam. A Y&R pagou US$ 2,5 milhões a Eduardo Fischer e Roberto Justus. Os dois também passaram a ter 30% de ações na empresa.
Publicidade
O filme “Amore”, criado pela DPZ e produzido pela Espiral para a Estrela, ganhou Ouro no festival. Ele compara um bebê real e a boneca Amore, que simulava a fala de uma criança.
Criado pela Almap e produzido pela Jodaf, o filme “Deserto 11”, para Kibon, levou bronze. Nele, um homem circula por um deserto vazio e se depara com uma barraca de Kibon. No final, a atendente da barraca descobre que o homem era uma miragem.
https://www.youtube.com/watch?v=_wi-j_UWN2c
Quando fez 40 anos, em 2018, o Meio & Mensagem convidou 40 criativos que ajudaram a construir histórias e personagens marcantes para apontarem as 40 melhores campanhas dessas quatro décadas da publicação. Uma das selecionadas é o filme “O sucesso”, da DPZ para Hollywood, marca de cigarros da Souza Cruz. A campanha era uma série de filmes e foi lançada antes do banimento da publicidade de cigarros, em 2001. No filme, também de 1985, David Coverdale, vocalista do Whitesnake, gravou uma música especialmente para a peça.
https://www.youtube.com/watch?v=gcdLNk125MY
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