A atual relevância do Facebook para as marcas
Diante da concorrência, especialistas analisam o impacto da plataforma nas estratégias de comunicação das marcas
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Caio Fulgêncio
21 de junho de 2023 - 6h03
Na corrida para conquistar a preferência dos consumidores, não é de hoje que as redes sociais ocupam o centro das estratégias de comunicação das marcas. Assim, com quase 20 anos de existência, o Facebook coleciona atualizações para se manter competitivo para anunciantes. Nos últimos tempos, a Meta, proprietária do Facebook e do Instagram, incorporou funcionalidades como a de vídeos curtos, seguindo modelos como o do próprio Instagram e TikTok.
Ainda que, de tempos em tempos, sobretudo com a ascensão de novas redes, a relevância da plataforma de Mark Zuckerberg seja questionada, o Facebook segue demostrando ser campo fértil de oportunidades de negócios. Para se ter uma ideia, segundo o Data Reportal, a rede temquase 3 bilhões de usuários ativos no mundo, sendo que 68% desses acessam todos os dias. Só o Brasil, em abril deste ano, tinha um total de 114,2 milhões de usuários ativos.
A audiência publicitária global da plataforma, conforme o estudo, é de pouco mais de 2,2 bilhões de pessoas. O relatório aponta, ainda, que, apesar de a Meta não divulgar análise detalhada da audiência publicitária, a idade média daqueles que compõem esse grupo é de 32 anos.
Filipe Ratz, CEO da Pira, agência especializada em projetos full service, considera o Facebook uma das plataformas com evolução mais ágil. Para ele, nos últimos anos, a rede conseguiu agregar funcionalidades, como as comunidades do antigo Orkut, além dos próprios vídeos curtos. “Com isso, consegue ser um ecossistema bem completo e o usuário nativo não precisaria ir para outras plataformas”, analisa.
Ratz concorda que, de fato, houve um “envelhecimento” da base de usuários da plataforma, o que também pode ser um atrativo para marcas. “Esse público é mais conectado ao poder de compra do que quem está apenas rolando o feed e curtindo vídeos curtos”, diz.
Nos negócios, o CEO da Pira considera que, na atualidade, o Facebook acaba tendo papel relevante, principalmente nas estratégias de conversão. “É a plataforma mais completa nesse sentido, por ter um público 25+ que quer estar lá, o que o torna mais suscetível e aberto a gerar conversões na base”, afirma.
Mais do que faixa etária, Eric Messa, coordenador do Núcleo de Inovação em Mídia Digital da Faap (NiMD-FAAP), complementa que, no geral, as plataformas estão se voltando para nichos de público. Em outras palavras, são grupos sociocomportamentais, de pessoas com características semelhantes, o que impacta também nos investimentos das marcas.
“Houve um tempo em que o Facebook deu certa impressão de que fosse conquistar hegemonia a ponto de atender todos os perfis. Depois, com a chegada de outras plataformas, houve a constatação de que há pessoas que se interessam por redes diferentes”, explica.
Diante disso, Messa conclui que não há nenhuma evidência de que o Facebook tenha deixado de ser efetivo no âmbito dos negócios. No entanto, a concorrência requer o esforço das marcas em identificar que local tem mais aderência para impactar a audiência desejada.
De acordo com Rafael Coca, cofundador e CSO da Spark, especializada em marketing de influência, o Facebook se posiciona nas estratégias como um mecanismo para se comunicar com comunidades. Sendo assim, a escolha pela plataforma é “menos sobre awareness e mais sobre engajamento”.
Já do ponto de vista dos creators, Coca acrescenta que, por estar monetizando conteúdo, a rede de Zuckerberg tem atraído a atenção de influenciadores. “Temos percebido que muitos que, de certa forma, haviam deixado de privilegiar a produção de conteúdo específica para o Facebook, estão voltando. É uma fonte de receita para criadores”, finaliza.
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