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A nova “liga” do rádio brasileiro

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Mídia

A nova “liga” do rádio brasileiro

Proprietários de emissoras se unem para promover campanhas e ações em prol da valorização e modernização da mídia


6 de setembro de 2013 - 5h36

Para tentar tirar o status de “primo pobre” do meio rádio – que, apesar de ser uma das mídias de maior penetração no País, é dono de uma fatia pequena do bolo publicitário – proprietários de grandes grupos e emissoras deixaram a competitividade de lado e se uniram em um projeto para tentar incrementar a importância e as cifras dessa mídia.

No início da tarde desta sexta-feira, 6, esses executivos se reuniram na residência de Antônio Augusto de Amaral Filho, o Tutinha, proprietário da Rádio Jovem Pan, para traçar os primeiros esboços dessa força-tarefa. Foi o empresário, inclusive, que começou a disseminar entre seus colegas a necessidade de união para fortalecer o meio rádio. Com a rápida adesão dos demais líderes, o grupo já começa a planejar as primeiras ações.

“Queremos derrubar a ideia de que a audiência do rádio está caindo e que o meio é pobre. Todos os grandes sucessos musicais do País são lançados pelo rádio e as pessoas nunca vão deixar de ouvi-lo, seja em busca de entretenimento ou de informação”, resume Tutinha. Neste início, o grupo – cujo nome ainda não foi definido – conta com a participação, além da Jovem Pan, de emissoras do grupo Bandeirantes, Mix, Metropolitana, 89 FM, Gazeta, Energia 97 e outras. “Apesar dos grupos e entidades já criados para organizar o meio, nunca houve uma iniciativa como essa, que partisse dos próprios líderes das rádios e unisse todos os concorrentes”, acrescenta José Junior, diretor executivo da 89 FM.

Na prática, o grupo concentrará seus esforços em três frentes. A primeira é uma grande campanha de promoção e valorização do meio, que será assinada pela AlmapBBDO. Segundo Tutinha, Marcello Serpa e José Luiz Madeira, sócios da agência, aprovaram o projeto e decidiram se engajar na causa do rádio. Diversas peças e materiais que exaltem a penetração do rádio e sua importância para os brasileiros deverão ser produzidas nos próximos meses.

Outro pilar de atuação do grupo será a execução de eventos e ações conjuntas. Os proprietários das emissoras planejam realizar um grande show, em São Paulo, que reunirá artistas da música nacional e também internacional, com duração de 12 horas. Tutinha explica que o objetivo é reverter a renda de bilheteria do evento para viabilizar novas ações em prol da fortificação do rádio.

A terceira investida será na revisão das pesquisas e processos que norteiam os trabalhos do meio. Entre os participantes do grupo, é unânime a reclamação de que as atuais pesquisas de audiência (que não consideram o consumo do meio pelas plataformas digitais) distorcem o real alcance dos veículos. Conversas com o Ibope e tentativas de viabilizar novas maneiras de aferição de audiência também estão na agenda dos profissionais.

O grupo deve voltar a se reunir no dia 26 de setembro, para traçar as primeiras etapas da campanha junto à AlmapBBDO. “Essa união de diferentes empresas do mesmo segmento é de fundamental importância para o amadurecimento e crescimento do rádio no Brasil”, resume Rodrigo Neves, presidente da Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo (AESP), entidade que também apoio o novo grupo.
 

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