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Apro divulga prévia de protocolo para retomada de gravações

Documento tem três fases e inclui mapa de risco em sets de filmagem


11 de junho de 2020 - 13h53

Nesta quinta-feira, 11, a Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais (Apro), Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo (Siaesp) e Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual dos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Distrito Federal (Sindicine) apresentaram uma prévia de um protocolo de retomada das gravações para obras audiovisuais nesses estados.

 

Protocolo recomenda contratação de famílias de atores para diminuir riscos e antecipar maior parte dos projetos digitalmente (Crédito: Christian Wiediger/Unsplash)

O documento está sendo avaliado pela Prefeitura de São Paulo para entrar em vigor e pode sofrer alterações, conforme pedidos dos órgãos públicos e autoridades de saúde e das próprias experiências com as etapas estabelecidas. “É um documento vivo, que deve passar por constantes alterações conforme evolução das fases”, disse Marianna Souza, presidente-executiva da Apro em coletiva de imprensa realizada virtualmente.

De forma geral, o Protocolo de Segurança e Saúde no Trabalho Audiovisual criou uma série de orientações em três fases de retomada gradual — a última a ser desenvolvida a depender dos resultados da fase dois. A primeira já ocorre em boa parte dos estados e municípios brasileiros em situação de isolamento social ou lockdown, que são as recomendações de filmagens remotas. De acordo com o documento, as empresas do setor devem realizar reuniões, consultoria e orientações técnicas apenas via videoconferência, gravar na casa do elenco, fazer a higienização dos equipamentos de filmagem, adaptar roteiros aos limites impostos pelas autoridades de saúde, deslocar o mínimo de equipe e esperar um tempo maior nas filmagens. No entanto, a diária máxima é de 12 horas, incluindo pausas para refeições. A metodologia já está sendo usada para a criação de campanhas publicitárias e programas de TV e internet.

A fase dois foi pensada para quando as orientações forem flexibilizadas. Segundo os sindicatos e a associação, ainda são recomendadas orientações remotas, pré-produção em home-office, priorizar a contratação de famílias reais para evitar contatos físicos, pesquisa de locação pelo digital, trocas de EPIs ou desinfecção com mais frequência em dias de filmagem e as bases de produção, figurino e objetos devem contemplar normas de distanciamento, sanitárias, de higiene e arejamento.

“A primeira fase já vem atendendo a publicidade e a segunda terá um protocolo mais rígido, por um controle maior de acesso ao set e testagem. Teremos que buscar o equilíbrio entre as agências, criativos e produtoras para entender que os tempos e as condições de trabalho não serão iguais. O planejamento deve ser ainda mais assertivo”, disse Sonia Santana, presidente do Sindicine.

Como a fase dois já inclui o uso de sets de filmagem — com até 20 pessoas presentes –, as organizações criaram uma denominação de áreas de risco para um melhor controle dos espaços e que devem receber mais atenção dos profissionais. Base de produção, base de alimentação e área de fumantes são classificadas como A, de risco moderado. Base de set e a base do GMA – gerenciador de mídias digitais são classificadas como B, de risco alto. E camarins, set de filmagem e a área de monitoramento são as áreas C, de risco iminente.

As instruções para set incluem triagem dos trabalhadores, com um questionário sobre a saúde do profissional; um termo de responsabilidade a ser assinado online, se possível; medição da temperatura da equipe antes de entrar no ambiente de filmagem; e a criação de um plano de contingência caso algum funcionário apresente sintomas do novo coronavírus.

“Não adianta querermos estar absolutos dentro de casa. Queremos sim trabalhar e seria muito ruim para o mercado retroceder. Volto a falar da necessidade de respeitarmos as medidas. Vamos ter que estar afinados com o mundo, porque não é um problema local, é mundial. Todos sabemos a importância da industria audiovisual, quanto ela contribui pro PIB e postos de trabalho”, afirmou Santana. “A maior parte dos técnicos do audiovisual trabalham por job e sabemos que eles não podem ficar em casa recebendo um salário reduzido. Se não tem trabalho, eles não ganham. Todos os cuidados foram tomados para que a cada mês ou período nos reunimos para aprimorar o protocolo”, complementou André Sturm, cineasta à frente da Secretaria do Audiovisual até abril deste ano e ex-secretário de Cultura da cidade de São Paulo.

Para a elaboração, os sindicatos se basearam em protocolos e práticas de retomadas de países como Estados Unidos, México, Uruguai, Portugal, Espanha e Nova Zelândia, estados e cidades brasileiras que já estão flexibilizando as medidas de isolamento e consultaram profissionais de saúde.

**Crédito da imagem no topo: Novendi Dian Prasetya/iStock

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