Assim como Twitter, Spotify banirá anúncios políticos
Plataforma musical anunciou que deixará de exibir as peças publicitárias nos Estados Unidos, ampliando a discussão sobre o papel das redes sociais em campanhas eleitorais
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Meio & Mensagem
6 de janeiro de 2020 - 6h00
A discussão sobre o papel das redes sociais e plataformas de streaming no cenário político ganhou mais uma etapa no final de 2019, quando o Spotify anunciou que não irá mais permitir a veiculação de anúncios de candidatos e de partidos políticos em sua plataforma nos Estados Unidos.
O país era, até então, o único território do mundo em que a plataforma musical aceitava a inserção de peças publicitárias políticas. O senador Bernie Sanders e o Comitê Nacional Republicano, por exemplo, já fizeram uso do Spotify para levar suas mensagens às pessoas.
“No momento, ainda não temos o nível necessário de robustez em nossos processos, sistemas e ferramentas para validar e revistar com responsabilidade esse conteúdo. Vamos reavaliar essa decisão à medida em que continuamos a desenvolver nossas capacidades”, disse a empresa, em nota encaminhada ao Advertising Age.O Spotify segue a postura de outras grandes companhias digitais que estão revendo as regras a respeito da veiculação de publicidade política antes das eleições presidenciais de 2020 nos Estados Unidos. No final de outubro, o Twitter comunicou que também deixaria de exibir publicidade paga de partidos políticos e de candidatos em todo o mundo.
“Tomamos a decisão de banir toda publicidade política no Twitter, em todo o mundo. Acreditamos que as mensagens políticas deveriam ser disseminadas e não promovidas (pagas). Por uma série de razões. Uma mensagem politica ganha alcance quando as pessoas decidem seguir uma conta ou retuitar um post. Pagar pela distribuição do conteúdo tira essa decisão, forçando a otimização e o direcionamento das mensagens políticas às pessoas. Achamos que uma decisão assim não pode estar relacionada a dinheiro. Por mais que a publicidade digital seja incrivelmente poderosa e muito efetiva para os anunciantes comerciais, esse poder traz riscos significativos à política, que pode ser usado para influenciar votos e, com isso, afetar as vidas de milhões de pessoas”, escreveu Jack Dorsey, CEO do Twitter, em seu perfil na própria rede social.
Embora de forma mais sutil, o Google também anunciou algumas restrições em relação à publicidade de conteúdo político. A companhia removeu a ferramenta que permitia a segmentação do público-alvo com base na afiliação política nos campos de pesquisa do Google e do YouTube.
O Facebook, no entanto, não mudou as políticas de permissão de publicidade de partidos e candidatos em sua plataforma. Mesmo depois de receber muitas críticas, o CEO da companhia, Mark Zuckerberg, declarou que a diretoria chegou a debater se deveria banir todo tipo de publicidade de conteúdo político da rede, mas que o grupo chegou a conclusão de que a publicidade política faz parte do debate público. Zuckerberg ainda disse que a rede social pode ajudar a candidatos menores e mais desconhecidos a terem voz.
Com informações do Advertising Age
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