AT&T e Time Warner: decisão sobre fusão no Brasil é adiada
Na semana passada, o Cade recomendou veto à união das empresas; decisão final deverá sair até o fim de novembro
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BuscarNa semana passada, o Cade recomendou veto à união das empresas; decisão final deverá sair até o fim de novembro
Sergio Damasceno Silva
29 de agosto de 2017 - 15h43
Aprovada pela União Europeia e sem a interferência da agência reguladora norte-americana (FCC), a aquisição da Time Warner pela AT&T, por US$ 85,4 bilhões, em outubro do ano passado, acaba de ser aprovada também pelas autoridades mexicanas. O que as empresas talvez não esperavam é que as entidades regulatórias brasileiras fossem ser tão duras na queda e opor tantos obstáculos à fusão entre ambas as empresas. O problema é que a Time Warner, no Brasil, detém o controle das programadoras Turner e HBO e também é acionista controladora da DirecTV, que controla a Sky brasileira. A sobreposição de controles (do conteúdo de programação por distribuidores de TV paga) não é permitida pela legislação brasileira.
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) recomenda, portanto, impugnação à união de AT&T e Time Warner em solo brasileiro porque representaria um alto risco para a concorrência. Antes, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) havia proposto mudanças nos termos de aquisição. Segundo o regulador de telecomunicações, isso evitaria o impacto negativo da transação sobre o mercado de televisão paga. Da forma como estão atualmente, e conforme sinalizado pelo Cade, os termos da fusão serão rejeitados, a menos que as empresas concordem com mudanças que podem, inclusive, abranger a vendas de ativos.
O próximo capítulo dessa novela está previsto para ir ao ar no dia 22 de novembro. É a data que o Cade tem (prorrogável por mais 90 dias, ou 22 de fevereiro de 2018), por meio de colegiado de conselheiros, para emitir uma decisão final sobre a fusão.
O comunicado da AT&T sobre a decisão do Cade é bastante sucinto: “AT&T e Time Warner trabalharão com Cade para esclarecer quaisquer problemas que possam ter para chegar prontamente a uma resolução final sobre o assunto”. Até o momento, a aquisição da AT&T pela Time Warner recebeu a aprovação de órgãos reguladores em 16 países. Os únicos países em que a fusão ainda está em suspenso são o Brasil, o Chile e a sede de ambas, os Estados Unidos.
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