Bluesky: sem planos para a criação de formatos de anúncios

Thaís Monteiro
5 de setembro de 2024 - 6h00

Desde a suspensão do X no Brasil, usuários do País têm migrado sua atenção para novas plataformas que carregam as mesmas dinâmicas e formatos do X. Uma delas, o Bluesky, se tornou o aplicativo mais baixado da App Store no Brasil desde a sexta-feira, 30, quando o SFT pediu a suspensão do X em território nacional. A consultoria Bites afirma que o app chegou ao número de 4 milhões de brasileiros ativos nesse dia, superando a marca do Threads, da Meta, de 3,3 milhões. Atualmente, o Brasil é o país com maior presença na plataforma.

Bluesky se torna rede social alternativa ao X (Crédito: Koshiro/Adobe Stock)

O Bluesky foi criado junto ao fundador do Twitter, Jack Dorsey, em 2019, quando o executivo ainda fazia parte do Twitter. À época, o projeto tinha o objetivo de criar um padrão “aberto e descentralizado” que solucionasse problemas do Twitter, como o uso abusivo de algoritmos de recomendação, restrições contra discurso de ódio e outros abusos que ocorriam na rede. O Twitter seria cliente do Bluesky.

Em 2022, o Bluesky se tornou independente do Twitter e lançou seu aplicativo proprietário. Em dezembro de 2023, a plataforma tinha 3 milhões de usuários. No entanto, Dorsey deixou o conselho da plataforma em maio deste ano por divergências sobre o futuro da rede. Desde então, a plataforma não foi alvo de notícias até ganhar a atenção de usuários brasileiros.

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Afluência de brasileiros

Emily Liu, porta-voz do Bluesky, afirma que a empresa está empolgada em receber os novos usuários brasileiros e acompanha de perto o feedback desses perfis para compreender a experiência na rede. “Queremos oferecer um serviço excelente que seja divertido, seguro e fácil de usar. Nossa equipe está trabalhando arduamente para melhorar continuamente o Bluesky”, afirma, ao Meio & Mensagem.

Até sábado, 31, um milhão de novos usuários chegaram à plataforma. Porém, Liu diz que os brasileiros também registraram recordes de engajamento na rede, como em curtidas e números de seguidores em contas.

Bluesky como plataforma de mídia

Assim como os usuários brasileiros, as marcas no Brasil também correram para se fazerem presentes na plataforma e no Threads. Anunciantes adotaram abordagem cômica, caçoando do fim do X e do início em uma nova rede social. Por enquanto, o Bluesky não oferece formatos de mídia para as marcas. Emily nega a intenção de desenvolver tais formatos. “Não temos anúncios no Bluesky atualmente e não temos planos de incluir anúncios no futuro próximo. Nós somos uma empresa muito jovem, então não tivemos a necessidade de monetizar ainda”, diz.

O foco da empresa está em outro lugar. O aplicativo trabalha para adicionar novos formatos de conteúdo, como vídeos, algo que os brasileiros expressam gostar, diz.

A monetização da plataforma acontece por via de um serviço pago por usuários para adquirir seus próprios domínios no Bluesky e, assim, também criar @s personalizadas. Além disso, a empresa argumenta que o serviço pago garante uma camada adicional de proteção à privacidade do usuário e outras facilidades na gestão do domínio. “Queremos fornecer serviços úteis e valiosos para nossos usuários”, coloca Emily.

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Por sua vez, o concorrente Threads, da Meta, também não tem formatos de anúncios disponíveis. Segundo reportagem do Digiday, a Meta tem planos para incluir anúncios na plataforma ainda este ano. Procurada pela reportagem, a big tech não se pronunciou. Ainda assim, a expectativa do mercado é que o produto ofereça maior facilidade ao integrar-se ao gerenciador de anúncios da Meta.

Em relação ao concorrente, o Bluesky celebra seu engajamento e publicações orgânicas como seu diferencial. “No Bluesky, as pessoas notaram que recebem um engajamento muito mais e de muito maior qualidade do que em outras plataformas. Nossa comunidade se sente muito orgânica, com muitos criadores, artistas, jornalistas, políticos e mais. Estamos investindo pesadamente em Confiança e Segurança e garantindo que os usuários do Bluesky tenham uma experiência fácil de usar, divertida e agradável”, pontua a representante.