Capricho e BBL querem potencializar gamers mulheres
Parceria cria vertical de conteúdo dedicado e circuito de torneios para o incentivo do e-sports feminino
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Amanda Schnaider
17 de maio de 2019 - 7h32
Segundo pesquisa do Datafolha encomendada pela Brasil Game Show (BGS), já há 75 milhões de jogadores brasileiros que movimentam US$ 1,5 bilhão ao ano, e a 5ª edição da Pesquisa Game Brasil (PGB) revela que 58,9% desses jogadores são mulheres. A percepção de público em ascensão no universo gamer movimentou a BBL, holding brasileira de entretenimento, e a Capricho, portal de conteúdo teen feminino, a fazer uma parceria com o intuito de incentivar o protagonismo das mulheres nesse mercado. A BBL será responsável pelo conteúdo da futura vertical de games da Capricho que, por sua vez, será parceira oficial do Circuito Feminino de e-Sports da BBL e de outros torneios.
Afinal, além de jogadoras, mulheres também têm se interessado cada vez mais em assistir conteúdos de gamers profissionais. De acordo com o estudo da NewZoo de 2018, focado no panorama de esportes eletrônicos, 7,6 milhões de brasileiros consomem e-sports e 30,2% desses espectadores são mulheres. Para Marcela Furlan, ex-jogadora profissional, gerente de projetos da BBL e idealizadora do Circuito Feminino, mais conhecida pelo nickname “Kami”, projetos que incentivem as mulheres nos e-sports são muito importantes: “Quando a gente pega um público que ainda não tem contato com os games e já consegue ir construindo isso, para mim é sensacional”.
Thiago Theodoro, diretor da Capricho, comenta que o conteúdo de jogos eletrônicos já existia no portal, porém a parceria traz uma frequência maior, tornando-se uma vertical de fato. “Não é só falar sobre o assunto, é participar, dar projeção até para um novo público chegar. Às vezes tem uma menina que nem sabe que pode participar do universo de games, ninguém nunca contou isso para ela”, afirma.
Leo De Biase, CMO da BBL, conta que a holding já estava de olho no mercado feminino há algum tempo. “Apesar de saber que o projeto não sairia logo em seguida, a gente trouxe a Kami, para preparar, dar esse espaço a ela, porque em algum momento iríamos disparar esse projeto do feminino”, fala Leo. Para Thiago, “a Capricho sabe falar com a garota, a BBL sabe falar sobre esse universo gamer, então a gente vai juntar essas duas forças para daí começar um trabalho de geração de conteúdo mesmo.”Torneios femininos
O Circuito Feminino conta com três torneios feitos somente para mulheres. O White Rabbit Cup, campeonato amador que começou em 6 de abril com disputas de League of Legends, Rainbow Six Siege, CS:GO e Dota 2; o Mad Hatter, segundo degrau na escalada para o cenário competitivo, com disputas de Rainbow Six Siege e Dota 2, que vale vaga para o campeonato premium do circuito, que será o Queen of Hearts.
Para encerrar, o circuito contará com a qualificatória regional Latam do GirlGamer Esports Festival, evento internacional que teve edições nos últimos dois anos. As qualificatórias serão de League of Legends e CS:GO, ambos valendo vaga para equipes disputarem o torneio mundial no final do ano.
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Mas por que fazer um circuito feminino e não misto? Kami acredita que a ideia do circuito é fazer um ambiente seguro para as meninas se desenvolverem. “Quando você cria um ambiente só de mulheres, onde todas são iguais ali dentro, elas se sentem mais confortáveis, elas sabem que não vão receber aquele ‘hate’, então é um ambiente seguro. A ideia do circuito feminino não é segregar, é preparar”, reforça a idealizadora.
*Crédito da imagem no topo: Reprodução/BBL
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