Em carta aberta, intelectuais citam suspensão do X no Brasil
Mais de 50 pesquisadores e intelectuais elencaram o caso como um esforço recente de restrições das nações em relação às megacorporações sediadas nos EUA
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Meio & Mensagem
18 de setembro de 2024 - 11h08
Uma carta aberta assinada por mais de 50 pesquisadores e intelectuais de temáticas que envolvem a tecnologia, economia e big techs trouxe o caso envolvendo Elon Musk e a suspensão do X no Brasil como um exemplo recente da capacidade de restrições em relação às grandes empresas sediadas nos Estados Unidos.
O documento batizado de “Contra o Ataque das Big Tech às Soberanias Digitais” foi divulgado na última terça-feira, 17, e conta com nomes de países como Argentina, França, EUA, Austrália, Reino Unido, entre outros.
Personalidades brasileiras como José Graziano, ex-diretor geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e Marcos Dantas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, estão entre os signatários brasileiros.
“A disputa do Brasil com Elon Musk é apenas o mais recente exemplo de um esforço mais amplo para restringir a capacidade de nações soberanas de definir uma agenda de desenvolvimento digital livre do controle de mega corporações sediadas nos EUA”, escreveram.
Eles pedem apoio ao País na busca pela soberania digital diante de ataques de big techs: “Todos aqueles que defendem valores democráticos devem apoiar o Brasil em sua busca pela soberania digital”, diz a carta.
O grupo apontou, ainda, que “países democráticos que buscam independência da dominação das big techs correm o risco de ter suas democracias perturbadas, com algumas big techs apoiando movimentos e partidos de extrema direita”.
Segundo os intelectuais, as grandes empresas de tecnologia “trabalham de bom tom” com governos autoritários quando seus interesses financeiros estão em jogo.
Afirmam também que as big techs e “líderes de extrema direita” citam o desrespeito à democracia e liberdade de expressão, porém fazem isso apenas porque o espaço digital carece de acordos regulatórios internacionais e democraticamente decididos. Isso faz com que as grandes empresas de tecnologia operam como governantes, determinando o que deve ser moderado e promovido em suas plataformas.
Para os signatários, as grandes empresas de tecnologia “e líderes da extrema direita” reclamam de desrespeito à democracia e liberdade de expressão. Porém, isso acontece justamente devido ao fato de que “o espaço digital carece de acordos regulatórios internacionais e democraticamente decididos”. De acordo com a carta, as companhias operam como governantes, determinando o que deve ser moderado e promovido em suas plataformas.
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