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CEO do TikTok não convence Congresso e app segue sob risco nos EUA

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Mídia

CEO do TikTok não convence Congresso e app segue sob risco nos EUA

Shou Zi Chew falou a legisladores nessa quinta-feira, 24, mas congressistas ainda veem riscos de a plataforma ser utilizada, pelo governo chinês, para captar dados de usuários do país


24 de março de 2023 - 9h27

Celular com tela do TikTok

(Crédito: Eliseu Geisler/Shutterstock)

Com informações do Ad Age

O TikTok enfrenta uma situação difícil nos Estados Unidos. Nessa quinta-feira, 23, o CEO da rede social, Shou Zi Chew, prestou depoimento no Congresso mas não convenceu os legisladores.

Na audiência, Chew defendeu o chamado Projeto Texas, um esforço de US$ 1,5 bilhão da empresa para separar os dados e as operações da plataforma nos Estados Unidos da China, país-sede da ByteDance, proprietária do TikTok.

Os anunciantes estão familiarizados com o Projeto Texas porque o TikTok tem informado agências e empresas dos Estados Unidos a respeito do programa.

O depoimento de Chew aconteceu em uma fase de muita pressão para a rede social, que corre o risco de ser banida do país.

“O TikTok é uma arma do Partido Comunista Chinês para espiar e manipular vocês e explorar as futuras gerações”, disse Cathy McMorris Rodgers, presidente do comitê de energia e comércio da Câmara dos Estados Unidos. “O banimento é apenas uma maneira de abordar o TikTok a curto prazo e uma lei de privacidade de dados é a única forma de impedir que o TikTok aconteça de novo nos Estados Unidos”, declarou.

Essa foi a primeira aparição do CEO do TikTok no Congresso dos Estados Unidos e aconteceu em um momento de grande discórdia entre o governo do país e a China. As duas casas do Congresso têm projetos de lei, em fase avançada, que daria ao presidente autoridade para fechar o TikTok e outras empresas de tecnologia que tem laços com governos considerados hostis.

Chew tentou assegurar aos legisladores que o Tiktok é administrado separadamente da ByteDance, na China, e defendeu o Projeto Texas, dizendo que ele se compromete com uma proteção de dados que, segundo ele, superaria qualquer outra empresa de mídia no país em termos de transparência.

O TikTok propôs hospedar seus dados no Texas, nos Estados Unidos, utilizando a Oracle, uma empresa com sede no país, para os trabalhos de controle e acesso. No entanto, houve relatos que de algumas autoridades estadunidenses não ficaram satisfeitas com essa solução e podem forçar a venda do TikTok. Na quinta-feira, 23, o governo chinês disse que não permitiria a venda do TikTok, segundo o Wall Street Journal.

A reportagem do WSJ, inclusive, caiu mal para o depoimento de Chew, que tentava convencer os legisladores de que a empresa não é controlada pelo governo da China. “O Partido Comunista Chinês acredita que tem a palavra final sobre sua empresa”, declarou Rodgers.

Avaliações de ameaças

Os legisladores se revezaram em discursos a respeito de supostas falhas de privacidade do Tiktok e suas possíveis lacunas para a segurança nacional. Os integrantes da Câmara levantaram a preocupação de que a ByteDance poderia ter acesso a dados de usuários dos Estados Unidos e que o algoritmo da rede social poderia controlar a informação de milhões de estadunidenses. Também houve preocupações de que o TikTok incentivaria comportamentos arriscados, por parte dos usuários, por meio dos desafios que viralizam na plataforma.

Em um momento do depoimento, a deputada Kat Cammack exibiu um vídeo que mostrava uma arma de fogo e balas com legenda que se referiam ao comitê de energia e comércio. Segundo ela, aquele vídeo foi postado antes de a informação sobre a audiência se tornar pública. Mais tarde, outro deputado disse que o TikTok removeu esse vídeo, após ter sido alertado.

Nas últimas semanas, o TikTok assegurou aos seus parceiros de marketing que não seria banido dos Estados Unidos e realizou uma série de eventos sobre brand safety para mostrar que a plataforma é um local seguro para a publicidade.

Publicamente, o TikTok disse esta semana que tem 150 milhões de usuários mensais nos EUA e que 5 milhões de empresas dependem do aplicativo para seus negócios. A rede social se tornou uma força cultural no país tanto para os creators quanto do ponto de vista do entretenimento.

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