CEOs do futuro: a relação dos creators com os negócios
Por mais que carreira seja impulsionada pela paixão, influenciadores precisam de planejamento e estratégia para conduzir suas parcerias, projetos e relações com marcas
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Caio Fulgêncio
9 de julho de 2023 - 12h00
A crescente profissionalização dos criadores de conteúdo tem impulsionado transformações na relação desses profissionais com a área de negócios. Mais do que a criatividade necessária para a diferenciação e ascensão de novos creators, as atuais complexidades desse mercado requerem também visão empreendedora e de gestão.
Bia Granja, fundadora e COO da Youpix, analisou, durante a VidCon São Paulo, que, de fato, a jornada de um creator normalmente começa pela “paixão”. No entanto, para a especialista, muitos criadores ainda não conseguem perceber a importância de incluir o planejamento necessário para ir além.
“É uma inversão. Uma coisa é viver de paixão, fazer uns conteúdos e esperar que, em algum momento, as coisas aconteçam. Outra coisa é entender como o que você está publicando pode te ajudar na construção de um negócio muito maior”, ressaltou.
O youtuber Enaldinho é um exemplo disso. A partir do conteúdo em vídeo, o creator conseguiu se lançar no mercado, conquistando outros territórios. Livros, turnês e o ramo de licenciamentos de itens que vão de fones de ouvido a roupas de cama, são alguns dos segmentos em que ele já está inserido.
Enaldinho lembra que, quando começou na internet, aos 17 anos, a ideia era se divertir. Porém, os primeiros retornos financeiros o fizeram expandir a visão sobre o próprio canal. “Foi preciso entender o próximo passo e pensar como ampliar os ramos de monetização do meu negócio em várias áreas”, conta.
Pedro Gazzola, CEO da Roda Digital, empresa que gerencia a carreira do youtuber, explicou que o processo natural de creator em crescimento é ter demandas de marca. E, por ser um ponto de atenção, também é comum que o profissional se associe a outras empresas de gerenciamento. “É uma parte que envolve tempo e, muitas vezes, o criador não tem tempo suficiente para essa parte mais ‘chata’”, falou.
Nesse sentido, Bia complementou que é importante que o criador, ainda que conte com parceiros, esteja envolvido também na área mais burocrática, mesmo que seja considera mais “chata”. Para ela, se debruçar sobre essas informações é entender realmente o negócio.
“A empresa é a planilha. Por mais que delegue para alguém, se você não estiver apropriado dessa parte, não será possível navegar por esse universo. Essa mudança de pensamento dos criadores para se entenderem como empresa tem um pouco disso”, salientou.
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