Como a proibição do TikTok nos EUA poderia impactar os creators
Influenciadores que dependem da plataforma ficam apreensivos diante da possibilidade de o aplicativo ser vetado no país; assunto será debatido no Senado
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Meio & Mensagem
18 de março de 2024 - 7h33
Com informações do Ad Age
As discussões praticamente anuais sobre o possível banimento do TikTok nos Estados Unidos têm sido uma fonte latente de ansiedade para os criadores de conteúdo da plataforma. Ainda assim, a maioria dos tiktokers imaginavam que esse momento nunca chegaria.
Agora, porém os creators acreditam que a possibilidade de o aplicativo realmente ser proibido no país está maior do que nunca, despertando a urgência, entre os influenciadores, de buscar outras plataformas ou fontes de receitas.
“A maior parte da minha renda, desde quando eu estava no Ensino Médio, vem da criação de conteúdo”, diz Nadya Okamoto, que tem 4 milhões de seguidores no TikTok e é cofundadora da marca de cuidados menstruais August.
“Para mim, [o TikTok] é 70% da minha renda, mas para muitos creators – como minha irmã, por exemplo – é 100% da renda. E acho que, na era da mudança das formas tradicionais de publicidade e maior budget para o marketing de influência, uma plataforma como o TikTok tem grandes efeitos econômicos para milhões de creators.”
Esta não é a primeira vez que o possível banimento do TikTok é proposto pelo governo dos Estados Unidos, que argumenta que o aplicativo, de propriedade da chinesa ByteDance, representa um risco nacional.
Em maio do ano passado, o governador de Montana, Greg Gianforte, proibiu o aplicativo no estado, levando um grupo de creators, que moram em Montana, a abrir um processo contra o projeto de lei. A proibição de Gianforte, que foi bloqueada pela justiça federal, aconteceu após o depoimento de cinco horas ocorrido no Congresso dos Estados Unidos, que interrogou Shou Zi Chew, CEO do TikTok, sobre a potencial conexão entre o app e o governo chinês.
Após o testemunho de Chew, centenas de TikTokers zombaram de algumas questões que os Congressistas fizeram ao CEO. Não houve, porém, receio de que o aplicativo pudesse ser banido na época.
Mas, à medida em que a legislação exige que a ByteDance venda o TikTok ou enfrente uma proibição nos Estados Unidos passa da Câmara ao Senado, centenas de criadores de conteúdo, incluindo Okamoto, estão instigando seus seguidores contra o banimento, com a hashtag #KeepTikTok. Na semana passada, a hashtag gerou 68 milhões de views e foi incluída em mais de 26 mil posts.
“Eu estou, na verdade, gastando muito tempo agora falando com a mídia, fazendo conteúdo sobre a hashtag #KeepTikTok e engajando meus usuários”, disse Okamoto. “A hashtag #KeepTikTok é algo que considero muito importante agora”, completou.
Outros criadores de Conteúdo estão compartilhando planos de contingência com seu público na plafaforma, incentivando-os a seguirem suas contas em outras redes sociais, como Instagram e YouTube.
Coco Mocoe, criadora de conteúdo e host do podcast “Ahead of the Curve”, está fazendo um esforço intenso para encorajar seus mais de 1 milhão de seguidores a se inscreverem em seu canal no YouTube, onde ela tem cerca de 50 mil seguidores, declarou a creator ao Ad Age.
“Como creators, pode acontecer de nos sentirmos com direito a certas plataformas, mas no fim das contas, elas podem ir embora e – e esse é apenas o nome do jogo”, disse Mocoe. “Sou velha o suficiente para me lembrar do Vine e, quando ele acabou, os creators que conseguiram abandonar o navio foram os que sobreviveram. E, por causa disso, eu sempre tive medo de depender de uma plataforma”, completou.
“Mas o TikTok é minha maior audiência. Eu estaria mentindo se dissesse que não tenho medo. O TikTok é minha principal fonte de receita, desde o programa de criatividade, até os patrocínios que recebo. Então, definitivamente ainda é assustador.”
Além da renda que os criadores de conteúdo têm obtido por meio do novo modelo de remuneração do TikTok, muitos influenciadores dependem da plataforma para assegurar às maior a maior parte de seus ganhos. Quase 82% dos criadores de conteúdo geralmente obtêm renda por meio de conteúdo patrocinado, de acordo com uma pesquisa feita pela plataforma de marketing Later Influence.
Nos últimos anos, um número crescente desses patrocínios migrou do Instagram para o TikTok. Aproximadamente 70% das marcas utilizam o TikTok para ações de marketing de influência, enquanto 47% fazem esse trabalho principalmente no Instagram e, 33%, no YouTube, de acordo com dados do Influencer Marketing Hub.
“No TikTok, a exposição é diferente de todos os outros apps que já vimos”, pontua Mocoe. “Então, eu achon que para os creators, os acordos de marcas foram muito bons porque havia uma chance maior de você ser visto por mais pessoas, ao contrário de acordos de marca no YouTube ou Instagram, onde você precisa construir uma audiência por anos para realmente ser notado. O TikTok tem sido uma ótima forma para atrair mais olhares – e quanto mais olhares você tiver, mais dinheiro você consegue.”.
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