Como as causas sociais encontram o conteúdo da Globo
Um ano depois do lançamento da plataforma “Tudo Começa pelo Respeito”, emissora faz balanço das ações sociais
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Bárbara Sacchitiello
28 de julho de 2017 - 18h32
Na semana passada, uma série estrelada pelo médico Drauzio Varella que destacava a precária situação dos hospitais públicos brasileiros estreou no Fantástico. Dois dias depois, a Globo exibiu o primeiro episódio do seriado “Sob Pressão”, obra de ficção ambientada em um hospital público do Rio de Janeiro. Na quarta-feira, 26, Caco Barcellos e sua equipe de jornalistas do “Profissão Repórter” também adentraram em ambientes hospitalares carentes de recursos para mostrar as dificuldades e problemas de atendimento enfrentados pelas vítimas da violência urbana.
Embora cada uma à sua maneira, essas três atrações tiveram o mesmo objetivo: convidar a sociedade a refletir sobre um tema que, direta ou indiretamente, impacta o cotidiano de todos. Usar o alcance que possui em todo o território nacional para fazer as pessoas questionarem e dialogarem sobre temas que carecem da atenção de todos os cidadãos é a tarefa à qual a área de responsabilidade social da emissora vem se dedicando nos últimos anos. Além de criar campanhas e abrir o espaço de seus intervalos para a divulgação de causas sociais, é no seu próprio conteúdo que a Globo vem concentrando as energias para, a sua maneira, tentar contribuir com a evolução do País.
“A Globo tem consciência da penetração que tem. Não se trata de filantropia, mas sim de uma crença íntima de que, colaborando com o crescimento do entorno, conseguimos até impulsionar o crescimento do mercado e, indiretamente, nosso próprio crescimento. É preciso que as empresas se conscientizem de sua importância perante a sociedade, nem que seja através de uma visão capitalista”, defende Sérgio Valente, diretor de comunicação da Globo.
Nesta semana, a emissora celebra um ano do lançamento da plataforma “Tudo Começa pelo Respeito”, que teve a própria intolerância da sociedade como mote criativo. Nos últimos doze meses, questões como preconceito racial, intolerância religiosa, equidade de gênero, violência no futebol, racismo, respeito aos idosos e aos deficientes passaram por comerciais e programas de conteúdo da casa. “Partimos de pesquisas que nos mostraram quais são as questões mais pontuais dos debates atuais e, depois de entendimentos e vivências com especialistas nos temas, tentamos apresenta-los às pessoas de maneira direta. A televisão tem uma imensa capacidade de mobilização e é isso que procuramos aproveitar”, comenta Beatriz Azeredo, diretora de responsabilidade social da Globo.
Uma dessas abordagens rendeu um Leão de Prata no Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions. A emissora mobilizou mais de 100 profissionais – entre engenheiros, mecânicos, produtores e especialistas em tecnologia – para criar o modelo de um carro de Fórmula 1 movido por estímulos cerebrais. O veículo foi testado por Rodrigo Mendes, tetraplégico e ativista da causa dos deficientes físicos. Relembre:
Reconhecer a ignorância
Antes de se engajar em qualquer causa social, a Globo decidiu admitir, segundo Sérgio Valente, a ideia de que não tinha informações suficientes para falar sobre determinados assuntos. “O primeiro passo foi reconhecer nossa ignorância e procurar pessoas que, de fato, atuem e trabalhem com essas questões e pedir ajuda para a construção da plataforma”, contou. ONU Mulheres, Unesco, Fundo Elas e Instituto Meta Social são algumas da entidades que ajudaram a emissora a compreender melhor as causas sobre as quais ela pretendia falar à população.
Globo lança plataforma de mobilização social
A campanha “Tudo Começa pelo Respeito” deverá ganhar novos pilares nos próximos meses e será, também, trabalhada em um fórum de jornalismo que a emissora promoverá ainda nesse semestre. Conforme os temas forem sendo trabalhados pela área de Comunicação, os programas da casa, sejam os jornalísticos ou os de entretenimento, também abrirão espaço para os assuntos.
Autocrítica
Neste ano, o comprometimento da emissora com as causas sociais foi testado quando problemas internos aproximaram a Globo de questões como assédio e violência contra à mulher. Nos primeiros três meses do ano, o caso de agressão no Big Brother Brasil, a denúncia de assédio contra o ator José Mayer e a investigação do envolvimento do cantor Victor (que, na época, era um dos técnicos do The Voice Kids) obrigaram a emissora a assumir uma postura. Embora tenha sido acusada de omissão por parte do público durante algum tempo, a Globo acabou abordando os assuntos em seus programas. A bandeira contra o assédio, inclusive, foi levantada pelas atrizes, jornalistas e personalidades da casa. Na ocasião, em entrevista ao Meio & Mensagem, Sergio Valente admitiu que a emissora tem responsabilidade indireta pelos casos que envolvem nomes de seu elenco ou seu conteúdo.
Assista à análise de Sérgio Valente sobre a questão da responsabilidade social na comunicação e no conteúdo da Globo em Live feito no perfil do Meio & Mensagem no Facebook:
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