Como creators devem lidar com mudanças de algoritmos?
Especialistas em marketing de influência dividem estratégias para lidar com mudanças nos algoritmos de entrega nas redes sociais
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Thaís Monteiro
8 de setembro de 2021 - 6h00
Mês sim, mês não, usuários de plataformas e redes sociais são impactados com uma nova mudança no algoritmo de entrega de alguns conteúdos. Diante disso e adicionada a queda de seguidores nas redes de celebridades e influenciadores, como criadores de conteúdo devem se comportar? Ao Meio & Mensagem, especialistas em marketing de influência dividiram suas opiniões.
Diante desse cenário dinâmico, Flávio Santos, CEO da MField, acredita que o criador, como produtor de conteúdo para esses canais, tem a missão de explorar as funcionalidades e novas entregas para gerar aceitação do público, mas também para aproveitar a visibilidade que as próprias plataformas dão à perfis que usam as features que elas estão dando ênfase no momento.
“O criador de conteúdo acaba ficando refém dessa inteligência, mas como entendedor da sua audiência, precisa ficar atento em como conseguir melhores resultados nas suas postagens. É importante saber os melhores horários de postagem, ter frequência no conteúdo para fidelizar a audiência, buscar interação, respostas, apostar em conteúdos dinâmicos em vídeos e usar todas as funcionalidades da plataforma”, pontua.
Em contraste com Santos, Amanda Gomes, sócia-diretora da MAP Brasil, acredita que acompanhar fidedignamente cada alteração e se adaptar a ela não é uma estratégia sensata, tendo em vista que a depender do formato, ele pode ter uma grande aderência ou não, e fatores diversos influenciam a instabilidade do algoritmo, como novos formatos que tendem a ganhar mais atenção. Para ela, o conteúdo deve se manter relevante e de boa qualidade. Alimentando o público com conteúdo verdadeiro e de qualidade e conforme suas necessidades, Gomes acredita que os seguidores continuam a acompanhar, compartilhar e aumentar o alcance e engajamento.
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Ana Paula Passareli, COO da Brunch, diz que a dependência é maior para criadores que não realizaram um planejamento apropriado que levasse seus públicos a espaços de propriedade dos criadores. Em propriedades de terceiros, eles estarão à serviço das plataformas. “Ao desenvolver suas comunidades exclusivamente no que chamamos de estruturas alugadas, influenciadores não conseguem desenvolver planos de longo prazo e viver em bases tão instáveis é um risco para qualquer negócio”, diz.
Além de afetar o público e engajamento do criador de conteúdo, as mudanças podem ter um peso na negociação de parcerias comerciais, tendo em vista que as métricas de alcance e engajamento são moedas de troca desses profissionais. Na perspectiva de Passareli, esse problema existe quando o influenciador é tratado como canal de mídia, o que desconsidera que eles transcendem o alcance e carregam consigo o endosso, criatividade e produção. “Recentemente fechamos uma parceria com O Boticário com a criadora Anne Caroline, conhecida nas redes como Anne Catadora, ela, uma catadora de recicláveis que tem por volta de 90 mil seguidores, teve sua conta hackeada dias depois da parceria fechada. O Boticário entendeu que a Anne transcende seu número de seguidores e mesmo sem saber se a conta poderia ser recuperada, confirmou o projeto”, exemplifica.
Para a executiva, o caso exemplifica a importância de criar uma plataforma de marca e ter sua audiência ativada de outras maneiras, mesmo que em outros perfis e até mesmo o da própria marca parceira. Outra alternativa, colocada por Santos, é ter uma estratégia transmídia, que não dependa apenas de uma rede.**Crédito da imagem no topo: Cristian Dina/Pexels
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