Copa do Mundo: como os protestos repercutiram nas redes?
Pesquisa realizada pela Emplifi mostra como os protestos no Catar repercutiram entre o público na internet
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Taís Farias
5 de dezembro de 2022 - 6h00
A Emplifi, plataforma de experiência do cliente, desenvolveu um levantamento sobre o comportamento dos usuários nas redes sociais nas primeiras semanas da Copa. Ao considerar a semana do primeiro jogo do Brasil (18 a 24 de novembro de 2022), houve uma queda de 30% no número de menções, na comparação com a última Copa do Mundo (11 a 17 de junho de 2018).
Apesar da queda, o número surpreendeu positivamente os analistas. “Imaginamos que estaria mais diluído”, conta Ivan Ferri, customer success da Emplifi, citando a proximidade com a Black Friday e as eleições.
Nas menções, o sentimento negativo geral do público cresceu 5%, na comparação com 2018. Os temas mais críticos para a audiência foram: as questões do Catar em relação à população LGBTQIAP+, os direitos das mulheres e o uso das cores e a camisa da seleção associadas às eleições presidenciais de 2022.
https://twitter.com/renatajbarreto/status/1594332899075137542
Ainda que a insatisfação tenha crescido, as menções às questões envolvendo direitos humanos representam apenas 3% do total de publicações. Já o cenário político esteve presente em 5% das menções, sendo 45% destas negativas.
https://twitter.com/ricademarre/status/1593439184290807808
Entre os muitos protestos e manifestações que aconteceram nas primeiras semanas, o que mais ganhou a atenção do público foi o da Alemanha. Na primeira rodada, algumas seleções pretendiam usar a braçadeira de capitão com as cores do arco-íris, em apoio à causa LGBTQIAP+. A Fifa advertiu a iniciativa e disse que o capitão que usasse a braçadeira seria penalizado com cartão amarelo.
A medida dissuadiu as seleções, que não usaram a braçadeira. Como resposta, os jogadores da Alemanha posaram para uma foto com a mão na boca, simbolizando que haviam sido silenciados pela Fifa. Apesar do alto índice de compartilhamento, parte das menções carregavam tom de crítica, com termos como “lacração”.
https://twitter.com/jorgenatan/status/1595403288169652224
Apesar disso, segundo os analistas, a pressão não tem reverberado na relação com os patrocinadores. “Tiveram mais críticas relacionadas a problemas do que marcas sendo canceladas por estarem falando de Copa”, aponta Ferri.
Ainda assim, os posts sobre a Copa do Mundo com destaque em interações foram os de portais de notícias, esportes e de times de futebol, que tiveram suas atividades paralisadas até o término da competição.
Os protestos e crises não afetaram o desempenho da Copa do Mundo 2022. A Fifa registrou recorde de receita e vendas. Segundo os dados divulgados pela entidade, foram US$ 7,5 bilhões arrecadados no ciclo 2019/2022. Todas as cotas de patrocínio disponíveis foram negociadas.
Além das cotas, a Copa do Mundo Fifa Qatar 2022 comercializou 240 mil pacotes de hospitalidade. Destes, 63% foram para clientes internacionais. 2,89 milhões de ingressos já teriam sido vendidos dos três milhões disponibilizados. Na TV, rádio e plataformas digitais, a Copa está sendo transmitida para 223 territórios do mundo. A expectativa é que a Copa do Catar seja vista por, pelo menos, cinco bilhões de pessoas.
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