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Como os streamings disputam o público geek?

Netflix e Amazon Prime Video lideram em preferência dos consumidores, segundo pesquisa do Omelete e MindMiners


6 de dezembro de 2019 - 12h39

Donos de um hábito de consumo fora da curva, o público geek foi, ao longo dos anos, de nicho para uma posição de alvo das marcas. Para produtores de conteúdo, esse fator não é diferente. No entanto, com a expansão da oferta de plataformas de conteúdo sob demanda, a disputa pela assinatura desse grupo tem aumentado, e isso se reflete nas ativações e anúncios que ocorrem na CCXP, um dos maiores eventos de cultura pop do País.

 

(Crédito: Alexandre Schneider/Getty Images)

Somente esta semana, Globoplay aproveitou para anunciar que terá 16 novas produções originais para 2020 e a Amazon apresentou quatro Prime Originals brasileiros, um documentário, para ser lançado em janeiro deste ano e deu detalhes sobre seu reality Soltos em Floripa, que conta com a participação de Pabllo Vittar.

Na pesquisa Geek Power, que mapeia as marcas preferidas do geek, o Omelete e a MindMiners destacaram que Netflix permanece na liderança como streaming preferido do público. Parte disso é explicado pelo fato da empresa ser uma das pioneiras na popularização do serviço sob demanda e a primeira a chegar no Brasil. Na sequência estão Amazon Prime Video, HBO Go, Globoplay e Telecine Play.

“A Netflix ocupa o referencial de streaming no Brasil no imaginário das pessoas. Foi a que chegou primeiro. Os demais apenas a seguem nesse quesito. É como quando as pessoas pedem um 99 mas dizem que pegaram um Uber, porque a Uber se tornou a referência da categoria ‘carro sob demanda em aplicativo’. Para os demais streamings conseguirem quebrar essa barreira, o público geek é o caminho”, explica Thiago Costa, coordenador do curso de extensão “Indústria do Entretenimento e Cultura Geek” da FAAP (Faculdade Armando Alvares Penteado).

Essa quebra de barreira estratégica e conquista de público já está se refletindo em dados. De acordo com as respostas coletadas pelo Omelete e MindMiners, a Amazon Prime Video tem ganhado relevância nas assinaturas no último ano, especificamente entre os geeks. De 2018 para 2019, o número de assinantes cresceu 31% entre os geeks — e 10% entre a população geral.

“Temos que ver qual é o limite de consumo desse público. Pelo que eu observo na própria CCXP, é muito grande. Mas não sabemos se todos estão dispostos a assinar todos os serviços. Eu sou da geração do Napster, crescemos acostumados a baixar músicas e séries. Podemos prever que a pirataria volte a aumentar. Mas essa geração de agora está acostumada a ter as coisas sob demanda. Será que vão querer ficar procurando coisa para baixar?”, reflete Costa.

“Acho que o número de verdadeiros nerds continua pequeno, mas surgiu uma legião de fãs que se esmera em absorver toda a descrição geek sobre determinados conteúdos e se tornam consumidores vorazes. São pessoas que pagam por tudo que seja relacionado ao conteúdo geek. Tornam-se assinantes de streamings, compram os produtos de licenciamento, seguem influencers na rede. É um público que consome muito, mesmo sendo um nicho. Por isso o interesse dos players”, coloca Aída Queiroz, uma das diretoras fundadoras do AnimaMundi.

Na percepção do professor da Faap, o cenário competitivo será posto com maior clareza quando o Disney + e o HBO Max chegarem no Brasil, por conta do extenso portfólio de produções dessas empresas, anteriores aos lançamentos originais de Netflix e Amazon Prime, que começaram a construir sua marca como produtora de conteúdo somente nos últimos anos. Atualmente, a Amazon tem os direitos de exibição do portfólio da Disney no Brasil. “O que vai fazer a diferença será o investimento dessas plataformas em comprar direitos de produções ou investir em originais”, afirma Thiago. Por ora, em termos de conteúdo, o professor vê maior potencial na Netflix, que conta com um catálogo extenso de animações e tem ganhado bons rumores sobre a série The Witcher; Amazon com as produções The Boys e Good Omens e o catálogo da Marvel; e HBO com Watchmen.

Por enquanto como HBO Go no Brasil, a HBO aposta justamente no seu portfólio de séries como True Blood, Silicon Valleu e Game of Thrones e um calendário de novos shows semanais para atrair o público geek. “Nós acreditamos em qualidade. Tendo dito isso, nós nos certificamos que nossas produções entregassem um acervo robusto. Então no HBO Go temos temporadas inteiras para você assistir o quanto quiser, mas também temos novos shows que você pode acompanhar semanalmente”, diz Fernando Del Granado, VP de marketing da HBO.

Tecnologia e réplicas
Para a CCXP, a HBO trouxe um estande com experiências tecnológicas e interativas inspiradas nas produções originais Watchmen, His Dark Materials e Westworld, que tem novas temporadas para 2020. O espaço ainda conta com réplicas de objetos das produções e exposições de figurinos.

Em um espaço de mil metros quadrados, maior do que o ano anterior, quando estreou no evento, a Amazon promove este ano as séries Carnival Row, The Boys, The Expanse e Star Trek: Picard, todas com ativações, e conta com um carrossel do também original American Gods. Com excessão de Carnival Row e American Gods, a empresa sedia um painel no Auditório Cinemark sobre todas as demais produções.

A Globo reúne ativações de Globoplay, Globo, Globosat e Som Livre em um estande do mesmo tamanho que o da Amazon. Porém, o grande destaque do grupo é o SVOD, já que há um espaço denominado Arena Globoplay dentro do estande, onde acontecem debates e entrevistas sobre as séries originais da plataforma.

O Globoplay também tem painéis no Auditório Cinemark dedicados à série As Five, spin-off de Malhação – Viva a Diferença. Outras produções originais que ganham destaque são Arcanjo Renegado, Onde Está Meu Coração, Desalma, Sessão de Terapia e Eu, Avó e a Boi. A série Desalma conta com uma experiência imersiva com recursos de hiper-realidade, Hebe e Hospital New Amsterdan têm espaço para fotos e a Tardis, teletransporte da série Doctor Who, está disponível para receber visitas dos fãs.

A Netflix, por sua vez, recriou o cenário do shopping da terceira temporada de Stranger Things com atores que se parecem com as crianças da série, tem ativações sobre a série Black Mirror e terá painéis com o elenco de La Casa de Papel e Esquadão 6, novo filme da plataforma.

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