Conteúdo infantil ganha relevância no digital
Formatos que dialogam com crianças se destaca nas redes sociais e fazem marcas apostarem no edutainment
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Thaís Monteiro
26 de outubro de 2020 - 8h39
Criado pela Winnin, empresa de coleta de dados e insights para marcas baseado no consumo digital, o relatório “Uma história sobre aprender cantando: Como ser relevante no universo infantil online?” deflagra a potência do conteúdo infantil no digital, como a categoria se expande de forma exponencial e de que forma as marcas estão aproveitando essa alta no consumo para se conectar de forma educativa com o público.
O universo infantil é o mais relevante em termos de visualização do que assuntos como filmes, beleza, culinária e outros assuntos. No último ano, até outubro de 2020, o segmento de vídeos infantis recebeu mais de 700 milhões de visualizações, somando YouTube, Facebook e Instagram globalmente. Atrás dele está cinema e TV, com quase 100 milhões; beleza e moda, cozinha e esporte.
De acordo com Gian Martinez, CEO e fundador da Winnin, diferente dos adultos, as crianças tendem a assistir ao mesmo conteúdo repetidas vezes, principalmente os vídeos musicais. Logo, esse fator gera um volume de visualizações bem maior nesta categoria do que outros segmentos.
A tendência é que essa alta siga em caminho crescente. “A não ser que tenhamos alguma mudança drástica, não vemos motivos para que pare de crescer. Além do que observamos nos dados, também temos visto o YouTube sendo muito atuante em tornar essa experiência de consumo cada vez mais segura para as crianças respondendo as eventuais críticas e questionamentos. A criação do Youtube Kids é um bom exemplo disso”, exemplifica Martinez.
Dentre os conteúdos mais apreciados pelas crianças está a música. Na categoria infantil da empresa, música infantil é o tópico mais visto e, do top 10 vídeos mais vistos de todos os tempos no YouTube, quatro são conteúdos infantis e três deles são músicas para crianças, incluindo “Baby Shark”, o viral mais recente nesse universo.“A música infantil sempre teve um papel relevante na nossa sociedade pois ajuda as crianças a memorizarem e assimilarem as mensagens de uma forma mais fácil do que outros formatos. Porém, quando analisamos o comportamento de consumo de vídeo online, observamos que fenômenos como ‘Baby Shark‘ ou ‘Let It Go’, de Frozen, ganham ainda mais relevância por engajar diferentes gerações. Basicamente é um conteúdo que pais e filhos curtem juntos”, diz o exeutivo.
Para além da música, os formatos de conteúdo mais relevantes em termos de visualização para a categoria infantil são as esquetes (27%), desafios (19%) os vídeos de reação (15%), faça você mesmo, ou DIY (13%), vlogs (11%), pegadinhas (11%) e unboxing (4%).
As empresas estão recorrendo ao conceito de edutainment (conteúdo para educar e divertir) para dialogar com os pequenos. De acordo com a Winnin, algumas das marcas quantitativamente relevantes nesse quesito são: a Lego, que cria conteúdo com as canções do filme Uma Aventura Lego e une diversas gerações com seus brinquedos; a Disney, que faz uso das suas trilhas sonoras, como “Let It Go”, de Frozen: Uma Aventura Congelante; Gloob, que foca em entretenimento educativo e criativo também com músicas de seus desenhos; e a Danoninho, que fez uma parceria com o Mundo Bita para levar música e entretenimento para as crianças.
A empresa destaca que desafios envolvendo toda a família cresceram bastante durante a pandemia e representam boas oportunidades para as marcas, como colocar um chocolate na frente do filho e o desafiar a não comer enquanto o pai não voltar de um outro cômodo. O desafio é se destacar dentro de um grande número de conteúdos e visualizações.“Mais do que nunca, os adultos estão passando mais tempo em casa com as crianças e querem ajuda para tornar a educação dos seus filhos mais engajadora e divertida. Essa é a grande oportunidade: criar conteúdos que ajudem as crianças a aprender brincando, ou nesse caso, cantando. Dentro desse contexto existe uma série de oportunidades mais específicas em conteúdos e formatos criativos que incentivem atividades em família como Sing Along e vídeos de DIY com tutoriais que estimulem pais e filhos a se divertirem juntos”, argumenta o CEO.
Para criar um viral, como o caso do Baby Shark, as marcas devem buscar fomentar um ecossistema de que envolve fomentar aspectos que engajem outros criadores de conteúdo e consumidores a criar seus próprios conteúdos a partir do original com desafios, coreografias, imitações, músicas e outros elementos com os quais demais perfis podem trabalhar sua criatividade.
**Crédito da imagem no topo: Nazarkru/iStock
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