COP 28: Como as empresas estão se preparando para o futuro?
Em pesquisa, mais de 300 empresas foram ouvidas para tentar calibrar as expectativas dos executivos sobre sustentabilidade
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Renan Honorato
23 de novembro de 2023 - 6h04
Na “trilha da COP 28”, a maioria das empresas acredita que o Brasil possa ser o protagonista do futuro sustentável. O relatório homônimo, apresentado na noite de quarta-feira, 22, consultou mais de 300 executivos de empresas sediadas no Brasil para identificar quais são os preparativos para Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
A pesquisa foi realizada pelo Fundamento Grupo de Comunicação em parceria com Associação Brasileira de ESG, Instituto Capitalismo Consciente Brasil e a Associação Brasileira de Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável.
Entre os principais insights, o otimismo e a neutralidade dos participantes da pesquisa apontam para um novo posicionamento do governo como algo benéfico quando o assunto é sustentabilidade.
Com realizações de conferências do clima desde os anos 1990, menos de 10% das empresas já participaram com representantes para COP. Em 2025, o Brasil vai sediar a COP 30, em Belém.
Para Cristiano Lagôas, presidente da Associação Brasileira de ESG, são necessárias ações imediatas por parte do segmento corporativo. “As empresas precisam deixar de fazer puxadinho e criar diretorias de ESG no centro da discussão”, diz.
As expectativas para COP 28, por outro lado, não são das melhores. Apesar de 55% estarem otimistas, quase 40% acreditam que os resultado da reunião serão negativas. Entre algumas das dúvidas atreladas a isso estão a pouca evolução concreta de COP para COP, a falta de confiança nos países e empresas que assumirão os compromissos.
Além disso, os entrevistados acreditam que fatores políticos podem se sobrepor aos argumentos técnicos assim como a falta de conscientização ambiental.
Ao mesmo tempo, as respostas positivas tendem a apontar que os acordos podem melhorar a partir de regulamentações do mercado de carbono e ações assertivas para os problemas.
“Tudo indica, pelo posicionamento do governo atual, que estamos caminhando para uma legislação federal”, diz Lagôas. Com isso, 46% das empresas acreditam que será necessário adaptar todo o negócio a partir das iniciativas da COP 28.
Ainda, 16% das empresas acreditam que exista. oportunidades para o cenário catastrófico que se apresenta no futuro breve. Quase metade das companhias já trabalha dentro das políticas ESG, com quase 50% já possuindo produtos e serviços de baixo impacto ambiental.
Dos respondentes, apenas 19% trabalham com marketing e comunicação. Por fim, os entrevistados acreditam que o Brasil possa ser o protagonista nos debates sobre ESG. Porém, Marta Dourado, fundadora da Fundamento, deixou uma indagação: como o Brasil vai ser protagonista, se apenas 22% das empresas vão participar da COP 28?
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