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Creators apostam em novas frentes de negócios na creator economy

Na creator economy, que já movimenta mais de R$ 70 milhões por ano, segundo dados da CB Insights, creators diversificam fontes de receita


16 de dezembro de 2022 - 14h16

O mercado dos criadores de conteúdo cresceu exponencialmente nos últimos anos. Segundo dados do estudo “Future of Creativity”, da Adobe, nos últimos dois anos, a creator economy cresceu em mais de 165 milhões de criadores, chegando em 303 milhões no mundo. A pesquisa define creators como “profissionais e não profissionais que criam conteúdo original para seus trabalhos ou paixões”.

Dessa forma, creator economy e marketing de influência não tem o mesmo significado, o marketing de influência faz parte da creator economy. “É mais sobre marketing de influência e creator economy, do que um contra o outro”, explica a fundadora e COO da Brunch, Ana Paula Passarelli.

O termo creator economy começou a se popularizar no Brasil no ano passado e, segundo dados da CB Insights, já movimenta mais de R$ 70 milhões por ano e deve seguir crescendo.

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Alexandre Simone e Lucas Galdino, criadores do canal “Histórias de ter.a.pia”, diversificaram suas fontes de receita (crédito: Juliana/Frug)

Novas frentes de negócios

No contexto dessa nova economia, o influenciador está galgando novos espaços. Segundo Ana Paula, esses novos espaços dependem do desenvolvimento de outras habilidades e competências, que vão além de ser um porta-voz de publicidade.

Gabriel Lima, COO e cofundador da MField, enfatiza que o desenvolvimento de novas frentes de negócio e a creator economy estão 100% interligadas. “Importante dizer que novas frentes de negócios trazem uma infinidade de possibilidades para a creator economy”, diz. “O que todas têm em comum é o objetivo final, a conexão com a audiência e seu engajamento com o conteúdo compartilhado”.

A fundadora da Brunch destaca algumas dessas possibilidades que o influenciador pode oferecer para a sua comunidade e para as marcas parceiras. São elas: Clube de assinaturas, infoprodutos, livros, licenciamento, eventos proprietários, etc.

Uma criadora de conteúdo que percebeu que poderia expandir os seus negócios foi Franciny Ehlke. Em novembro de 2021, ela lançou a sua própria marca de beleza, a Fran by Franciny Ehlke. Atualmente, sua marca está presente em diversos pontos de venda ao redor do País.

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Franciny Ehlke lança linha de maquiagem (crédito: Marcio Rodrigues)

A criadora entendeu que poderia ir além do que somente a produção de conteúdo quando percebeu que seu potencial era muito maior do que imaginava. “Eu sempre tive uma visão de pensar em oportunidades a longo prazo. Eu vejo ainda mais potencial na minha marca, e isso é bom, pois sinto que meu papel na internet e no empreendedorismo andam de forma independente”, frisa.

Alexandre Simone e Lucas Galdino, criadores do canal “Histórias de ter.a.pia”, estão apostando em diferentes formatos para se conectarem com a sua audiência. Além do próprio canal e do podcast, eles licenciam histórias para o canal Tastemade, apresentam no canal, dão palestras corporativas sobre diversidade e creator economy e lançarão um livro em 2023.
Simone conta que eles perceberam que poderiam ir além da produção de conteúdo quando entenderam que não têm um canal, mas um projeto, que tem o propósito de contar histórias que acredita no poder do diálogo. “Como trabalhamos com discussões de pautas sociais, através de histórias, conseguimos levar isso para o off-line de uma forma mais tranquila”, complementa Galdino.

A influenciadora Nathália Rodrigues de Oliveira entendeu que poderia expandir os seus negócios logo no início da sua trajetória como Nath Finanças. “Minha jornada consiste em apresentar caminhos possíveis para que as pessoas possam ter uma vida financeira saudável, então é importante pensar em como esse conhecimento pode ser usado, de fato, no dia a dia”, salienta.

Nath ainda reforça que é importante para um criador de conteúdo pensar além da publicidade quando se fala de diversificação de receitas. “O mercado também passou a demandar novos produtos, como palestras e consultorias”, complementa.

Neste sentido, atualmente, Nath mantém um grupo de estudos online para abordar temas como: cartão de crédito, reserva de emergência, organização financeira e plano de ação; escreveu o livro “Orçamento Sem Falhas: Saia do vermelho e aprenda a poupar com pouco dinheiro”; realiza palestras corporativas e consultorias sobre organização financeira e finanças pessoais; além de contar com a plataforma de streaming Nath Play.

Influence Equity

Há outras possibilidades de diversificação de fontes de receita para os influenciadores, que possam inspirar e engajar suas audiências e as marcas. Além da publicidade, uma delas é ser um board member, ou seja, ser parte do board da empresa, seja no atendimento, criação ou inovação.

Existem vários exemplos disso no mercado atualmente, Juliette virou head de inovação da Mondial, Manu Gavassi se tornou head de conteúdo de Tanqueray, Anitta é head de criatividade e inovação da Beats, Iza virou diretora criativa da Olympikus e Marina Ruy Barbosa assumiu o cargo de diretora de moda da ZZ Mall.

Se tornar parte de empresa, como sócio, também é uma das possibilidades. A Anitta, por exemplo, se tornou sócia da Fazenda Futuro em maio deste ano. Como membro da sociedade, a cantora se comprometeu em ajudar a empresa em seus projetos de marketing e inovação, mas sem ocupar um cargo em específico.

“Um dos fatores dessa mudança é que o tráfego pago está cada vez mais caro e menos assertivo, sendo assim, parece muito atraente adquirir uma comunidade engajada e atenção de pessoas colocando um criador como sócio”, comenta Gabriel Lima, COO e cofundador da MField.

Ana Paula, da Brunch, explica que a empresa está chamando esse movimento de “Influence Equity”, ou seja, quando um influenciador usa da sua influência como parte do equity numa parceria com a marca.

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