Creators buscam alternativas ao X para veicular conteúdo e publicidade
Criadores de conteúdo e páginas de entretenimento direcionam conteúdo e acordos publicitários para Instagram, Bluesky e Threads
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Thaís Monteiro
3 de setembro de 2024 - 6h00
Ao longo de sua trajetória enquanto rede social, o Twitter/X se tornou um ponto de referência para o mercado publicitário em termos de engajamento. A plataforma permite compreender quando um assunto se torna viral e possibilita usuários e marcas entrarem em conversas sobre diversos temas. Em grande parte, os anunciantes contavam com influenciadores da rede para fazer a ponte narrativa para a mensagem de marca chegar ao consumidor. Com a suspensão da plataforma no Brasil, criadores de conteúdo e páginas do X buscam migrar bases de seguidores e contratos para outras plataformas.
Com a suspensão, as páginas perdem alcance e visibilidade. Para o modelo de trabalho de amplificação, realizado por empresas como a Onda Digital e a Banca Digital, o bloqueio restringe espalhar mensagens para diversos nichos.
“No Onda, temos um produto chamado ‘Twitaço’, projetado para amplificar mensagens de marca no X, o que agora está temporariamente inviabilizado”, conta Victor Godoy, co-fundador da Onda Digital e da Mfield. Adicionalmente, o bloqueio atinge também as páginas criadas em outras redes sociais cujo conteúdo era subsidiado por replicar memes do X, diz.
Além disso, no nível do usuário, Vinícius Magalhães, diretor de estratégia da Banca Digital, considera que o público fica carente de um lugar para se manter atualizado e comentar grandes acontecimentos, assim como acompanhar opiniões sobre reality shows, festivais e eventos esportivos.
As campanhas em andamento tiveram que ser revistas. A Banca Digital está direcionando mensagens publicitárias para o Stories, do Instagram, e coleta dados para comprovar que o investimento publicitário pode ser eficiente na plataforma, assim como era no X.
“Estamos redirecionando os investimentos para os Stories do Instagram, por serem espaços de grandes audiências com a possibilidade de uma entrega em tempo real”, explica.
Após a suspensão do X pelo Supremo Tribunal Federal (STF), usuários comuns, marcas e influenciadores digitais buscaram novas redes para se filiar. Como resultado, plataformas alternativas, mas com dinâmicas semelhantes ao X ganharam um novo fluxo de usuários brasileiros.
O Bluesky, por exemplo, afirma ter 1,93 milhões de novos usuários do País. Com 4 milhões de usuários ativos, o aplicativo superou o Threads, da Meta, que também se tornou o refúgio para os brasleiros que passaram a não poder acessar o X desde sábado, 31.
Conforme o diretor do site O Retalho e criador de conteúdo digital, Levi Kaique Ferreira, houve uma divisão da migração entre duas plataformas. “Os criadores mais focados em Twitter/X focaram essa migração pro Bluesky, enquanto outros famosos e influenciadores de outras áreas foram pro Threads”, avalia.
Para ele, o Bluesky se aproxima mais do X e influenciadores aproveitam o vácuo de influência na plataforma para iniciar um novo processo de formação de base. Parte do processo envolve republicação de conteúdo que consolidou o criador no X e interagir com perfis maiores para que o público o encontre.
Reaver o nível de engajamento anterior demanda tempo de compreensão e adaptação às dinâmicas e formatos de uma nova plataforma. Para isso, é necessário investimento em conteúdo original, opina Magalhães, da Banca Digital.
“Audiências orgânicas levam tempo para serem construídas. Demandam um trabalho criativo e consistente de conteúdos originais, conhecimento sobre os algoritmos e muita tentativa e erro. Apesar de ser um desafio, já virou rotina no nosso mercado mudanças drásticas que demandam de nós adaptações rápidas”, coloca.
A reconstrução dessa base deve impactar ganhos financeiros dos criadores, afirma Godoy, da Onda Digital. A empresa instrui às páginas a criar presença em demais plataformas para garantir segurança e eficácia. “Fiversificação é fundamental para os criadores, pois permite alcançar diferentes audiências e reduzir riscos. É como investir no mercado de ações ou empreender: não é seguro apostar todas as fichas em uma única coisa. No ambiente digital, em constante transformação, a diversificação é essencial para garantir a sustentabilidade e o crescimento no cenário digital”, explica.
Ainda é cedo para avaliar a melhor plataforma alternativa para comunicação das marcas, relatam os entrevistados. Por ora, ambas a Banca Digital e Onda Digital acreditam que o investimento publicitário seja direcionado para o Instagram.
Entre os dois destinos que crescem aos olhos dos ex-usuários do X – Bluesky e Threads -, Ferreira observa que o Bluesky oferece melhores taxas de engajamento, embora o Threads aparente mais adaptado para receber anúncios.
“O engajamento no Bluesky, ao menos nesses dias, parece muito melhor do que no Threads e o comportamento do público no Bluesky é o mais próximo do público. Então, depende do objetivo da marca”, avalia.
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