Análise levanta suspeitas sobre real valor de investimento da DeepSeek
Demanda para desenvolver e treinar a tecnologia de IA ultrapassaria US$ 1bilhões em custos e 50 mil GPUs, contra apenas US$ 6 milhões alegados pela companhia
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Meio & Mensagem
5 de fevereiro de 2025 - 11h21
Quando tomou conta das conversas sobre o avanço da IA na imprensa e entre os próprios líderes de big techs, a DeepSeek chamou atenção pelo baixo custo de desenvolvimento do modelo — menos de US$ 6 milhões, utilizando pouco mais de 2 mil de unidades de processamento gráfico (GPUs) para seu treinamento.
(Crédito: Ksenia4162/Shutterstock)
As GPUs são processadores capazes de processar grandes quantidades de dados, processo fundamental para dar luz à modelos de IA e machine learning.
Porém, segundo a empresa de análise SemiAnalysis, existem dúvidas sobre o real custo da tecnologia. De acordo com a companhia, a criação de um modelo avançado avançado R1, que caracteriza o DeepSeek-V3, demandaria um montante de 50 mil GPUs Nvidia Hopper e US$ 1,6 bilhões em custos de hardware.
Para além das capacidades de processamento, a corrida pela inteligência artificial também coloca em xeque o investimento demandado para o desenvolvimento e treinamento de soluções do tipo. Big techs de capital aberto têm precisado prestar contas à acionistas para justificar os altos investimentos destinados à IA.
Em divulgação de resultados, a Alphabet, controladora do Google, registrou receitas abaixo do esperado pelos analistas em sua divisão de nuvem, essencial para o desenvolvimento e vendas de modelos do tipo.
Apesar da incoerência entre a análise da SemiAnalysis e o divulgado pela DeepSeek, os custos ainda seriam menores do que os dos concorrentes norte-americanos, por exemplo. A vantagem da asiática seria o seu autofinanciamento, o que proporciona flexibilidade e maior rapidez em processos, diferente do cenário enfrentado por big techs que prestam contas a seus acionistas.
E não foi apenas no mercado da tecnologia que a DeepSeek gerou repercussão. Países como a Austrália, Itália e Índia já impuseram restrições sobre a nova tecnologia.
A Austrália decidiu banir o chatbot chinês de seus sistemas e aparelhos governamentais alegando preocupações com a segurança e demais interesses nacionais. De acordo com a imprensa local, o Ministro de Assuntos Internos, Tony Burke, classificou a DeepSeek como um “risco inegável” ao país.
O mesmo caminho foi tomado por reguladores italianos. O órgão responsável pela proteção de dados da Itália chegou a solicitar à DeepSeek esclarecimentos como a coleta e armazenamento de dados pessoais de usuários é feita.
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