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Dúvidas sobre métricas e Zuckerberg pressionam Facebook

Grupo de anunciantes processa plataforma sobre erro em cálculo de métricas de vídeo em 2016 e conselho pede afastamento do CEO da presidência: plataforma nega acusações e se movimenta para aumentar independência do board


18 de outubro de 2018 - 15h03

Por Garett Sloane, do Advertising Age*

O Facebook está mais uma vez sob pressão por fornecer métricas problemáticas aos anunciantes. A rede social, que há dois anos admitiu erros nas contas de visualizações de vídeos, enfrenta agora acusações de que, à época, não respondeu com rapidez suficiente ao problema.

 

Mark Zuckenberg respondeu ao parlamento dos Estados Unidos sobre a polêmica envolvendo a empresa Cambridge Analytica e suas políticas de segurança em abril (Crédito: Chip Somodevilla/Getty Images)

O caso ganha especial força com em torno do debate sobre afastamento de Mark Zuckerberg como presidente do conselho da empresa. Outros investidores estão questionando as responsabilidades do CEO nos problemas recentes da empresa.

Mensuração de visualização
Na terça-feira, 16, um tribunal federal da Califórnia abriu novo processo contra o Facebook, acusando-o de já ter informações sobre as métricas inflacionadas de visualização de vídeos que compartilhava com anunciantes meses antes de divulgá-las.

Num comunicado oficial, o Facebook afirmou que o processo “não tem mérito e nós apresentamos uma moção para repudiar essas alegações de fraude”. Disse serem falsas as argumentações de que teriam ocultado informações de clientes e que os comunicaram sobre o erro “quando descobrimos o problema, e atualizamos nossa central de ajuda para explicar sobre ele.”

O Facebook fornece dados às marcas sobre o desempenho de postagens orgânicas e, por dois anos, o cálculo da média de tempo que os espectadores passaram assistindo a vídeos estava errado. Em 2016, quando o problema veio à tona, a plataforma afirmou que a métrica havia sido inflada entre 60% e 80%.

O processo atual, movido por um grupo de pequenos anunciantes, acusa o Facebook de práticas comerciais desleais e fraudes. Em novos documentos judiciais, os anunciantes afirmam que a plataforma sabia sobre a confusão das métricas em janeiro de 2015, bem antes de divulgá-la. Em setembro de 2016, a questão tornou-se pública depois do vazamento de um memorando do Facebook descrevendo o problema e dirigido a profissionais de marketing. O processo também alega que a plataforma subestimou a imprecisão do cálculo e que o tempo médio de visualização de vídeos sem impulso pago foi inflado em até 900%.

Liderança independente
A Trillium Asset Management, a Controladoria da Cidade de Nova York e outros acionistas do Facebook fizeram uma moção pedindo o afastamento de Mark Zuckerberg da presidência do conselho da plataforma, alegando que uma liderança independente é importante para ajudar o Facebook a resolver seus problemas. Isso inclui também a questão das métricas de vídeos, pontuadas acima, mas principalmente a recente exposição de dados de dezenas de milhões de usuários do Facebook. É uma movimentação simbólica, já que o executivo tem grande domínio sobre as decisões da empresa, com controle majoritário dos votos do conselho.

Não é a primeira vez que uma moção desse tipo é debatida no conselho, mas nunca antes foi aprovada. Em abril de 2017, foi proposto que o próprio conselho indicasse um chairman independente, mas a ideia não prosperou. A conselheira Susan Desmond-Hellmann, CEO da Fundação Bill & Melinda Gates, foi indicada como mediadora entre os integrantes e Zuckerberg para endereçar o problema. A próxima reunião do conselho do Facebook é no ano que vem.

*Com informações da CNBC

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