Entre o reality e o documentário

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Entre o reality e o documentário

Já há alguns anos o mercado tem sentido falta de programas novos que possam mudar a forma de ver televisão. Mas no Mip TV tem se falado do ?factual entertainment?


3 de abril de 2012 - 9h00

Por Carla Affonso (*)

Apesar de ter começado oficialmente no domingo 01, o Mip TV 2012 foi antecipado por eventos que já acontecem há alguns dias. Entre 30 e 31 de março, realizou-se o Mip Doc, abordando documentários e “factual entertainment” – uma categoria que fica entre os realities e os documentários. Nestes dois primeiros dias também houve o Mip Formats, encontro de produtores, criadores e distribuidores de formatos, já em seu segundo ano de realização.

A agenda tem sido dividida entre as palestras, cada vez mais segmentadas, e as reuniões de negócios, marcadas a cada 30 minutos, uma maratona para aqueles que participam do evento.

Pela primeira vez este ano o evento começou em um domingo – não acho que isso tenha sido positivo, porque os corredores estavam mais vazios.

No mercado de formatos sempre ouvimos a expressão “um programa encontra outro programa e pode ser que apareça um terceiro programa, com muito mais sucesso do que os dois primeiros”, não necessariamente das mesmas pessoas.

Já há alguns anos este mercado tem sentido falta de verdadeiros sucessos, programas novos que possam mudar a forma de ver televisão. Apesar de raro, às vezes isso acontece. Este ano, apesar de não ter visto nenhum “big hit”, encontrei vários programas interessantes entre os “factual entertainment”. Versões bastante criativas de programas existentes, combinações entre outros shows, com realizações interessantes que o desenvolvimento da tecnologia tem possibilitado.

Para criativos de televisão, isso às vezes pode parecer um caos completo, principalmente para aqueles que, como eu, vivem de comercializar propriedades intelectuais. Mas não é! Nesta segunda-feira, 2, conversei com um grande criativo que vive na Holanda, apesar de não ser holandês, e ele me pediu uma reunião para mostrar seus novos formatos. Confesso que quando ele começou a conversa com “esse formato é exatamente o programa A encontrando o programa B” tive sono – somado ao cansaço que o fuso de cinco horas traz – mas, por sorte, fiquei até o final.

O programa estava tão bom e tão simples que a única coisa que me veio à mente foi “como não pensei nisso antes?”. Não apenas eu, mas também outros três colegas muito experientes neste negócio, de três países diferentes, que estavam comigo.

A boa notícia é que ainda temos muito a fazer. Formatos, novas tecnologias, know how de produção e criatividade combinados podem trazer excelentes resultados. Saí da reunião comprando o formato e espero poder vender este programa para algum canal brasileiro. Então vocês entenderão o que estou falando.

(*) Carla Affonso é CEO da Zodiak Brasil. Ela escreveu como colaboradora para Meio & Mensagem.

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