Exame comemora 50 anos ressaltando legado
André Lahóz, diretor de redação, fala sobre a força da publicação e as bandeiras defendidas pela revista
André Lahóz, diretor de redação, fala sobre a força da publicação e as bandeiras defendidas pela revista
Mariana Stocco
25 de abril de 2017 - 7h00
Com a sua estreia como um encarte da Veja em 1967, a revista Exame está completando 50 anos de presença no mercado brasileiro. Com o enfoque na área econômica e de negócios, a publicação conquistou seu espaço na Editora Abril e planeja uma série de eventos comemorativos para a data além de edições especiais. Em entrevista ao Meio & Mensagem, o diretor de redação André Lahóz comenta sobre o legado da marca Exame, as bandeiras defendidas pela revista e as ações programadas para a data.
Legado
Eu acho que a Exame é uma plataforma que tem uma alma muito definida. A gente felizmente soube manter uma consistência de uma revista que pretende combinar um jornalismo muito forte na apuração e que tem uma cultura de revista, de acabamento de texto e uma preocupação estética muito apurada. De um lado, a nossa cobertura é o nosso DNA, mas ao mesmo tempo de sem medo de defender as bandeiras as quais a gente acredita. O legado que a gente deixa é esse da reflexão, de uma cultura de fazer uma matéria que não seja a que grita mais. Tudo aquilo que a Exame representa continua, talvez estejamos no nosso melhor momento em quesito de qualidade de texto, informação e provocação intelectual, no bom sentido. E esse é o papel da imprensa, que nós cumprimos.
Posição
A Exame é uma revista que acredita que no liberalismo econômico, que acredita no papel preponderante das empresas, mas que o governo é fundamental para a sociedade. Tem uma série de coisas que o Brasil tem um gap muito grande. Nós queremos provar e estimular o debate, jogar luz em conversas que são decisivas para o nosso desenvolvimento. Esse país da economia privatizada, não estatal, é o que a gente acredita, onde todo mundo tem a mesma oportunidade. A gente ainda tem muito que caminhar como nação, mas também queremos mostrar como o País avançou nesses 50 anos. O Brasil hoje é muito melhor do que era há 50 anos, mesmo naquela frente que se reclama muito, como saúde e educação. Talvez a única exceção disso seja a segurança, que era melhor lá trás. O que têm por fazer é gigantesco, a gente está atrasado em praticamente tudo, menos no agronegócio, talvez.
“Nós chegamos aos 50 anos em um momento com capacidade de energia muito grande, fazendo coisas novas e com muita consistência nas bandeiras do que a gente acredita”
Definição
Se eu pudesse definir esses 50 anos da Exame seria com a palavra “consistência”. Nós chegamos aos 50 anos em um momento com capacidade de energia muito grande, fazendo coisas novas e com muita consistência nas bandeiras do que a gente acredita. A gente conseguiu dedicar de lá de trás, ganhar uma cara e acertamos a mão e desde então a gente vem mantendo a consistência. A gente não precisa gritar mais alto, mas as pessoas precisam identificar o trabalho bem feito. Isso é assim há muito tempo, isso é a Exame.
Conteúdo
Nós trabalharemos com conteúdo temáticos em referência aos 50 anos. A coisa mais bacana, no impresso, serão cinco edições especiais comemorativas, em alusão às cinco décadas. São edições temáticas, maiores que a que circula normalmente. Os temas girarão em torno de assuntos atuais e em pauta, como: disrupção, o mundo em ebulição, cidades do futuro, a era do conhecimento e a última, que coroa as cinco edições, o futuro dos negócios.
Todas contarão com artigos encomendados especialmente para a edição e nós estamos investindo muito nelas, fazendo viagens para fora e na própria produção de conteúdo. A ideia é que comece a circular a partir de junho.
Digital
No digital a gente vai ter um conjunto de pelo menos 15 matérias novas todo mês que retrate, de alguma maneira, os 50 anos. A gente está pensando muito mais em aproveitar os 50 anos para olhar para frente. É claro que nós vamos fazer um sobrevoo sobre o que aconteceu desde 1967 para cá, mas não queremos dar um tom puramente de aniversário, de comemoração. Além disso, faremos uma série em vídeo de 50 entrevistas com personalidades, que será conduzida por mim. A ideia é trabalhar com grandes nomes desse período da economia, pensadores, políticos e economistas. Trazer essas pessoas que participaram desse período e que tem uma visão interessante sobre o que o Brasil acertou e errou nesse período. É sempre nesse olhar do que foi e o que virá, qual foram as lições, o que acertamos, o que erramos e o que deixamos de fazer.
Eventos especiais
Nós estamos pensando em várias coisas, mas a mais diferente e mais interessante, em certo sentido, é uma exposição física, chamada de Examinando o Brasil. A ideia é trazer um olhar sobre como o Brasil se desenvolveu nos últimos 50 anos e o que vem pela frente no próximo meio século. Não é uma coisa passadista, porque tem um olhar sobre a transformação que vem pela frente e foi desenvolvida de maneira interativa pensando no público jovem. O Marcello Dantas será o curador dessa exposição. Os outros estão muito mais em linha com o nosso leitor, coisas que um cara da minha faixa etária vai adorar. O nosso evento Melhores e Maiores, que chega aos 40 anos, trará duas novidades: um prêmio especial que olhe para as melhores empresas e os destaques dos últimos 50 anos e, no dia seguinte, faremos um encontro com cerca de oito CEOs, premiados na noite anterior, para debater sobre economia e gestão.
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